Desemprego aumenta em 15 estados mais Distrito Federal no primeiro trimestre de 2023

A informalidade prevalece em grande medida na Bahia e em Pernambuco, locais que apresentam as taxas mais elevadas. Somente no Nordeste observa-se um avanço na renda média.

No primeiro trimestre de 2023, o país presenciou um aumento no desemprego, que agora afeta 8,8% da população brasileira. Isso representa um acréscimo de 0,9 ponto percentual em relação ao último trimestre do ano anterior.

A informação foi revelada nesta quinta-feira, 18 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em sua mais recente atualização da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNAD Contínua Trimestral).

Aumento taxa de desempregados no Brasil em relação ao ano de 2022. Fonte: Canva
Aumento taxa de desempregados no Brasil em relação ao ano de 2022. Fonte: Canva

De acordo com o estudo, a elevação na taxa de desemprego foi impulsionada por 15 estados, incluindo o Distrito Federal.

A Bahia e Pernambuco, onde a informalidade é predominante, registram as maiores taxas de desemprego, sendo 14,4% e 14,1%  e Amapá com 12,2%. Por outro lado, as taxas mais baixas, conforme indicado pelo IBGE, são encontradas em Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).

Adicionalmente, houve uma diminuição expressiva no número de brasileiros em busca de trabalho por dois anos ou mais. Atualmente, esse grupo é composto por apenas 2,2 milhões de pessoas, representando uma redução de 35,5% em relação aos 3,5 milhões registrados no final de 2022.

Durante o período, a renda média mensal dos brasileiros permaneceu constante, em torno de R$ 2.880,00. No entanto, comparado ao 4º trimestre de 2022, apenas o Nordeste (R$ 1.979,00) apresentou um aumento relevante na renda, enquanto as demais regiões mantiveram-se estáveis.

A soma do rendimento médio mensal de todos os empregos foi estimada em R$ 277,2 bilhões, mantendo-se estável em relação ao trimestre anterior, que foi de R$ 279,5 bilhões.

No primeiro trimestre de 2023, a taxa de desemprego para os homens foi de 7,2%, enquanto para as mulheres foi de 10,8%.

Em relação à cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional de 8,8% para os indivíduos brancos (6,8%), mas superou essa média para os pretos (11,3%) e pardos (10,1%).

No que tange à educação, a taxa de desemprego foi maior para pessoas com ensino médio incompleto (15,2%) em comparação com outros níveis de escolaridade analisados. Para aqueles com ensino superior incompleto, a taxa foi de 9,2%, mais do que o dobro da taxa observada para aqueles com ensino superior completo (4,5%).

Subutilização e desânimo

A taxa composta de subutilização da força de trabalho, que representa o percentual de pessoas desempregadas, subocupadas devido à insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada, atingiu 18,9% em todo o Brasil no primeiro trimestre de 2023.

Piauí (39,6%), Sergipe (33,4%) e Bahia (32,9%) tiveram as maiores taxas de subutilização. As taxas mais baixas foram registradas em Santa Catarina (6,4%), Rondônia (6,7%) e Mato Grosso (9,4%).

Entre janeiro e março, houve uma diminuição percentual em todos os grupos de tempo de busca por emprego. No primeiro trimestre de 2023, 2,2 milhões de pessoas estavam procurando emprego há dois anos ou mais.

Houve uma queda de 35,3% nesse número em relação ao último trimestre de 2022, que tinha 3,5 milhões de pessoas nessa situação. No entanto, desde o início da série histórica, no primeiro trimestre de 2012, o total de pessoas procurando emprego há dois anos ou mais aumentou 27,4%.

O índice de pessoas desalentadas (em relação à população na força de trabalho ou desalentada) no primeiro trimestre de 2023 foi de 3,5%. Os estados do Maranhão (14,3%), Alagoas (13,4%) e Piauí (13,0%) apresentaram os maiores percentuais de desalentados, enquanto os menores estavam em Santa Catarina (0,3%), Rondônia (0,6%) e Mato Grosso do Sul (0,7%).

74,1% dos empregados no setor privado tinham carteira assinada. Os estados com os maiores percentuais de empregados com carteira assinada eram Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%), e os menores eram Maranhão (50,8%), Pará (51,2%) e Piauí (51,7%).

A proporção de pessoas trabalhando por conta própria no país foi de 25,8%. Os maiores percentuais foram encontrados em Rondônia (37,3%), Amazonas (32,5%) e Amapá (32,3%), e os menores no Distrito Federal (20,7%), Tocantins (21,3%) e Mato Grosso do Sul (22,3%).

A taxa de informalidade no Brasil atingiu 39,0% da população ocupada.

As maiores taxas foram observadas no Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%), enquanto as menores foram em Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

desemprego

Rendimento

O rendimento médio real mensal habitual foi estimado em R$ 2.880, apresentando estabilidade em relação ao quarto trimestre de 2022 (R$ 2.861) e um aumento em comparação com o mesmo trimestre de 2022 (R$ 2.682).

Em comparação com o quarto trimestre de 2022, apenas a região Nordeste (R$ 1.979) registrou um aumento estatisticamente significativo no rendimento, enquanto as outras regiões permaneceram estáveis.

No entanto, quando comparado ao primeiro trimestre de 2022, todas as regiões mostraram um aumento no rendimento médio.

A soma total dos rendimentos médios mensais reais de todos os trabalhos foi estimada em R$ 277,2 bilhões, demonstrando estabilidade em relação ao trimestre anterior (R$ 279,5 bilhões). Comparado ao mesmo período de 2022 (R$ 250,2 bilhões), houve um crescimento na soma total dos rendimentos.

 

 

 

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