Conta de luz MAIS CARA em fevereiro? Aneel surpreende brasileiros

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) animou os brasileiros com uma grande notícia na semana passada. De acordo com a entidade, a conta de luz no país continuará com a bandeira verde em fevereiro.

Essa informação estava sendo aguardada por milhares de consumidores ansiosos, que torciam pela continuação da bandeira tarifária. Aliás,  a Aneel vem mantendo a bandeira verde desde meados de abril de 2022, ou seja, há quase um ano,

Para quem não saber, a bandeira verde é muito positiva para o consumidor, pois a conta de luz fica mais barata. Isso acontece porque a bandeira verde não promove cobrança adicional, como acontece com outras bandeiras, como a amarela e a vermelha.

Neste mês, os brasileiros continuarão com o bolso mais aliviado. Aliás, essa decisão da Aneel chega a surpreender, pois a entidade vinha alertando no ano passado que a bandeira tarifária poderia chegar ao nível amarelo no decorrer de 2023. Contudo, isso ainda não aconteceu, para alívio dos brasileiros.

Vale destacar que fevereiro é o décimo mês completo sem cobrança adicional na conta de luz para os consumidores. Esse cenário é bem diferente das dificuldades enfrentadas em 2021 e no início de 2022, quando a população sofreu com a bandeira escassez hídrica.

Em síntese, a tarifa em questão ficou em vigor no país entre setembro de 2021 e meados de abril de 2022, promovendo uma cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos.

A saber, a bandeira escassez hídrica foi criada em 2021 para mitigar os impactos da pior crise hídrica que o Brasil enfrentou nos últimos 91 anos.

Como as hidrelétricas não conseguiam produzir energia elétrica em sua capacidade máxima devido à falta de chuvas, o governo federal acionou diversas termelétricas para produzir energia para a população. Contudo, estas usinas são bem mais caras e poluentes que as hidrelétricas, e a população teve que pagar caro para ter energia elétrica em casa.

Entenda o sistema de bandeiras tarifárias da Aneel

A Aneel possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. Em suma, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde, amarela e vermelha.

Bandeira verde: não há cobrança extra na conta de luz porque a situação dos reservatórios se mostra positiva e há condições favoráveis de geração de energia;
Bandeira amarela: quando o cenário começa a apresentar condições menos favoráveis, a Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos;
Bandeira vermelha patamar 1: começa a valer quando as condições estiverem desfavoráveis, promovendo uma cobrança de R$ 6,500 a cada 100 kWh consumidos;
Bandeira vermelha patamar 2: tarifa vale quando o cenário fica crítico, com condições muito desfavoráveis e custos de produção de energia muito elevados no país. Nesse caso, há uma cobrança de R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.

A saber, a Aneel criou o sistema de bandeiras tarifárias em 2015. Em resumo, o sistema tem o objetivo de indicar os custos da geração de energia no país aos consumidores. Além disso, busca aliviar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia.

Situação atual dos reservatórios

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível dos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estava em 67,90% até a última quinta-feira (26), patamar considerado confortável pelo ONS. Em síntese, estes reservatórios são responsáveis por cerca de 70% da capacidade de produção de energia no país.

Em janeiro de 2021, os reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste estavam apenas com 23,35% de volume. Naquele ano, a situação se agravou, com o nível caindo para 14,9% em setembro, e isso ligou o sinal de alerta, com o governo temendo ser incapaz de atender a demanda da população por energia elétrica.

Para 2023, a ONS espera que os reservatórios dos quatro subsistemas do país fiquem em patamares acima de 60%, pelo menos no início de fevereiro. Em relação aos reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, as projeções indicam que o nível chegará a 69% até o final do ano. Caso isso se confirme, será o maior patamar para o desde 2012.

Na última sexta-feira (27), o diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa, explicou que a continuação da bandeira verde em 2023 confirma as projeções divulgadas no ano passado, que indicavam que havia boas expectativas para a manutenção da bandeira tarifária sem cobrança extra nos primeiros meses deste ano.

“As bandeiras dão transparência ao custo real da energia e permitem ao consumidor se programar e ter um consumo mais consciente”, explicou Sandoval Feitosa.

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