Conta de luz deve seguir cara, apesar do fim da bandeira escassez hídrica
O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira (7), no Twitter, que os consumidores do país não terão mais cobranças adicionais na conta de luz a partir do próximo dia 16. De acordo com ele, a bandeira verde será aplicada para toda a população do país. E isso irá gerar uma redução de 20% no valor da conta de energia.
No entanto, especialistas alertam os brasileiros sobre a redução real do valor da conta. Em resumo, o governo federal realizou diversas contratações emergenciais bilionárias no ano passado devido à crise hídrica. As medidas visavam o uso de termelétricas para suprir a produtividade das hidrelétricas, que estavam sofrendo com a falta de chuvas.
A saber, as contratações emergenciais somam R$ 11,7 bilhões, e este valor será pago pelo consumidor final. Em outras palavras, a redução da bandeira tarifária não dará um alívio prolongado aos brasileiros. Na verdade, o governo apenas antecipou em duas semanas o fim da bandeira escassez hídrica, que chegaria ao fim no dia 30 de abril.
Entenda o sistema de bandeiras tarifárias da Aneel
Em suma, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) possui um sistema de bandeiras tarifárias que adiciona uma cobrança às contas de energia dos consumidores. A saber, as bandeiras tarifárias possuem três cores: verde (que não promove cobranças adicionais), amarela e vermelha (ambas aplicam cobranças extras aos consumidores).
A Aneel recorre à bandeira amarela, com cobrança extra de R$ 1,874 a cada 100 kWh consumidos, quando a situação começa a ficar um pouco complicada. Já a bandeira vermelha passa a valer se a situação ficar ainda mais difícil, com uma cobrança de R$ 9,492 para cada 100 kWh consumidos.
A bandeira escassez hídrica elevava essa cobrança extra para R$ 14,20 por 100 kWh consumidos. Isso aconteceu porque o governo precisou acionar cada vez mais as termelétricas no país. Contudo, estas usinas poluem mais e possuem um custo de produção de energia muito maior do que as hidrelétricas, que sofriam com a falta de chuvas.
Conta seguirá mais cara
Embora a nova bandeira esteja chegando ao fim, os consumidores do país não deverão ficar contentes. A Aneel aprovou um novo empréstimo ao setor elétrico do país em meados de março. O valor pode chegar a R$ 10,5 bilhões e, mais uma vez, os consumidores que pagarão a conta.
Em síntese, os consumidores pagarão este empréstimo através de um novo encargo que virá na conta de luz a partir de 2023. Inclusive, o pagamento só começará no ano que vem porque o governo quis diluir os custos ao longo do tempo, evitando cobranças já em 2022.
Especialistas afirmam que os impactos das contratações emergenciais bilionárias realizadas no ano passado deverão ser sentidos até 2026. Vale lembrar que as distribuidoras só repassam os aumentos à população uma vez por ano. Por isso, a expectativa é que isso também aconteça de maneira gradativa.
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