Cerca de 64% das crianças do Bolsa Família ABANDONAM o programa na vida adulta, aponta estudo
Um estudo realizado pelo Instituto de Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS) indica que 64,1% das crianças com idades entre 7 e 16 anos, que recebiam o benefício do Bolsa Família em 2005, conseguiram um emprego formal e deixaram o programa quando atingiram a vida adulta, em 2019.
Durante o mesmo período, esses jovens também não estavam inscritos no Cadastro Único (CadÚnico), o que indica que eles superaram a condição de pobreza ou extrema pobreza.
Advogada conta sua história de superação
Rebeca Antônio de Santana Juvenal, que hoje tem 25 anos, era uma das crianças beneficiárias do programa. Atualmente, ela é advogada, atua na área de direito público. Ela também tem o desejo de ajudar jovens para que a história de sua vida possa se repetir em todo o Brasil.
“Por toda a minha vida escolar, nunca precisei trabalhar por possuir ajuda do programa. Graças a isso, pude me dedicar aos estudos e ser aprovada no vestibular. Fiz o Enem e consegui uma bolsa de estudos pelo Prouni. Como beneficiária, comecei a fazer estágios e, em 2018, consegui meu primeiro emprego com carteira assinada”, conta a advogada.
Ela também diz: “Tudo o que passei em minha vida, graças às políticas públicas e programas do Governo, me levou a estar aqui hoje e poder olhar para meu passado e dizer: ‘Estou aqui para ajudar’. Todos têm capacidade, mas precisamos fornecer as ferramentas para as pessoas se desenvolverem, assim como fizeram comigo”.
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Diretor do IDMS comenta a pesquisa
“São muitos fatores que reduzem a extrema pobreza. Assim, isso inclui aspectos estruturais como saneamento, educação e até segurança. Isso determina a possibilidade de uma criança se inserir no mercado de trabalho no futuro. Embora o Bolsa Família seja benéfico ao aliviar a pobreza, sua contribuição varia consideravelmente em todo o território nacional”, explica Paulo Tafner, diretor do IMDS.
Assim, conforme o estudo, as regiões Sul, Centro-Oeste e Sudeste apresentaram um índice significativamente maior de pessoas que conseguiram sair do Cadastro Único em comparação com as regiões Norte e Nordeste.
“É absolutamente essencial que as comunidades locais do Norte e Nordeste invistam em suas próprias cidades. Não adianta apenas aumentar o valor do Bolsa Família se os estados e municípios não realizarem esses investimentos”, acrescenta Tafner.
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Novas regras do Bolsa Família 2023
É válido lembrar que o benefício do Bolsa Família (antigo Auxílio Brasil), contará com novas regras por parte do governo Lula.
Assim, conforme as novas regras, para se tornar elegível, a família deve ter uma renda de até R$ 218 por pessoa. Desse modo, os pagamentos iniciarão a partir de 20 de março.
Desse modo, a medida provisória enfatiza que o programa faz parte do processo gradual e progressivo de universalização da renda básica de cidadania.
Dessa maneira, o programa social tem o objetivo de combater a fome, reduzir a pobreza entre as gerações e aumentar a proteção social das famílias, concentrando-se em crianças, adolescentes e jovens.
Atualização do Cadastro Único
O programa também terá como objetivo atualizar o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e integrá-lo com o Sistema Único de Assistência Social (Suas),
Portanto, o programa realizará busca ativa para incluir novos beneficiários e revisará benefícios em busca de irregularidades.
Contudo, em fevereiro, mais de 1,5 milhão de beneficiários que estavam recebendo valores de forma irregular foram removidos do programa. No entanto, após uma busca ativa em várias regiões do país, outras 700 mil famílias serão incluídas para receber o benefício.
Lembrando que, no total, o novo Bolsa Família beneficiará cerca de 20 milhões de famílias neste ano.
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