Censo 2022 entrevistou menos da metade da população até aqui
Mais de dois meses depois do início do Censo de 2022, o fato é que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não conseguiu entrevistar nem metade da população brasileira até aqui. Esta é uma projeção do instituto, que indica que apenas cerca de 49% dos brasileiros já responderam as questões.
Segundo o IBGE, cerca de 104 milhões de pessoas já responderam o questionário até aqui, em pouco mais de 36,5 milhões de domicílios. Oficialmente a coleta começou no último dia 1 de agosto e chegaria ao fim em 31 de outubro. Contudo, o Instituto decidiu prorrogar o prazo até o início de dezembro para conseguir entrevistar a outra metade da população.
Considerando apenas os dados levantados até agora, é possível dizer que 42% da população está concentrada na região sudeste, que segue sendo a mais populosa. Logo depois vem o nordeste, com 27% da população brasileira. O sul conta com 14,3%, o norte com 8,9% e o centro-oeste com 7,8%.
Quando o assunto é gênero, o IBGE constata que 52% da população é formada por mulheres, e outros 48% são homens. Mesmo depois da segunda parte das entrevistas, que acontece no decorrer dos próximos meses, o mais provável é que estas proporções não passem por grandes mudanças.
Ainda segundo os dados do IBGE, já foram entrevistados 860.358 indígenas e 740.923 quilombolas. Quase todos os questionários foram respondidos presencialmente (99,5% do total). Os demais foram respondidos pela internet e também pelo telefone, mesmo que representem apenas uma minoria.
A expectativa do Censo 2022
Segundo projeções do IBGE, a expectativa é de que até o final do prazo, os recenseadores visitem mais de 89 milhões de endereços. Seriam 75 milhões de residências que poderiam contemplar os dados da vida de mais de 215 milhões de brasileiros.
Para este força-tarefa, o IBGE conta com 452.246 setores censitários urbanos e rurais. Além deles, existem 5.972 localidades quilombolas, 624 terras indígenas, 11.400 aglomerados subnormais.
Vale lembrar que esta operação deveria ter sido realizada ainda no ano de 2020. Contudo, a chegada da pandemia do coronavírus atrapalhou o processo, que acabou sendo realizado apenas dois anos depois do previsto inicialmente.
Falta de recenseadores
Como dito, o IBGE decidiu prorrogar o prazo para a coleta das informações dos brasileiros. Isto aconteceu por causa da falta de recenseadores. O Instituto afirma que existem lugares específicos do país que há mais dificuldades neste sentido.
“A grande dificuldade que se encontrou foi de recrutamento de recenseadores, portanto o IBGE está tomando decisões importantes para aumentar a possibilidade de recrutamento e concluir, com isso, a operação do Censo Demográfico 2022”, disse o diretor de Pesquisas do Instituto, Cimar Azeredo.
“Estamos pensando em novas estratégias e alternativas de recrutamento, a fim de alavancar e melhorar a produtividade nos estados com menor percentual de população recenseada”, disse o gerente técnico do Censo, Luciano Duarte.
Embora o IBGE tenha decidido adiar o prazo final para a coleta de dados, o fato é que o Instituto segue dizendo que poderá entregar todo o detalhamento de informações até o final deste ano. Era o que estava previsto inicialmente, e este ponto não foi alterado.