Cartão de Crédito: Juros é o maior em 6 anos; Saiba o que o Governo pretende fazer

A taxa de juros do cartão de crédito atinge o patamar de 455%, o que representa a maior taxa em seis anos. Houve um aumento de 86,3 pontos percentuais em relação à taxa do ano anterior.

Segundo o Banco Central (BC), o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito continuou a aumentar, registrando um acréscimo de 7,8 pontos percentuais de abril para maio. A taxa atingiu 455,1% ao ano, alcançando o nível mais alto desde março de 2017, quando estava em 490,3%.

Desde abril de 2017, uma nova regra determina que os bancos transfiram a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado após um mês, com juros mais baixos. Essa medida foi implementada com o objetivo de reduzir a taxa de juros no rotativo do cartão de crédito, uma vez que, teoricamente, o risco de inadimplência diminui com a migração para o parcelado.

Cartão de Crédito aumenta taxas de juros. Foto: Canva

Diante das altas taxas de juros no rotativo do cartão de crédito, bem como no cheque especial, que são modalidades de crédito emergencial amplamente utilizadas em momentos de dificuldades financeiras, o Ministério da Fazenda estabeleceu um grupo de trabalho em conjunto com os bancos e o Banco Central, com o intuito de encontrar soluções para essa questão.

No que diz respeito à opção de pagamento parcelado dentro do próprio cartão de crédito, a taxa de juros passou de 200,5% para 194,3% ao ano. Já considerando o juro total do cartão de crédito, que engloba as operações tanto do rotativo quanto do parcelado, a taxa subiu de 104,6% para 106,2%.

Governo tem buscado medidas para reduzir os juros do cartão de crédito?

Uma das estratégias adotadas foi a implementação de regras que obrigam os bancos a transferirem, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, com taxas de juros mais baixas. Essa medida tem como objetivo diminuir o risco de inadimplência e, consequentemente, pressionar para a redução das taxas praticadas no rotativo.

Além disso, o Ministério da Fazenda tem trabalhado em conjunto com os bancos e o Banco Central para buscar soluções que promovam a queda das taxas de juros do cartão de crédito. Esse esforço conjunto envolve o diálogo entre as partes interessadas, identificação de práticas abusivas e a proposição de medidas regulatórias e incentivos para tornar o ambiente mais favorável aos consumidores.

É importante ressaltar que a redução dos juros do cartão de crédito é um desafio complexo, uma vez que envolve diversos atores e aspectos do sistema financeiro. No entanto, o governo tem adotado medidas para enfrentar essa questão e buscar alternativas que tornem o crédito mais acessível e sustentável para os consumidores.

Medidas

O Ministério da Fazenda está preparando medidas para reduzir os juros do cartão de crédito, uma vez que no início deste trimestre os juros do rotativo atingiram quase 450% ao ano.

Essa informação foi revelada pelo secretário de Reformas Econômicas do ministério, Marcos Barbosa Pinto, em entrevista ao Estadão. Segundo ele, tanto a sociedade quanto o governo estão pressionando por uma redução nas taxas de juros.

Apesar dessa pressão por taxas mais baixas, o secretário afirmou que o Ministério da Fazenda não pretende adotar uma abordagem intervencionista em relação aos juros no país. Ele explicou que não existe uma solução “mágica” para resolver o problema, uma vez que o mercado de crédito é complexo.

Sem entrar em detalhes, Barbosa Pinto afirmou que o problema será abordado por meio de um conjunto de medidas pensadas para não desequilibrar a complexa cadeia de cartões de crédito.

Uma das alternativas apresentadas por executivos do setor bancário é o uso da Tarifa de Intercâmbio, que é paga pelos lojistas aos bancos emissores de cartões, como forma de desestimular ou limitar as parcelas no cartão de crédito. No entanto, isso poderia ter um impacto significativo no comércio.

Outra alternativa em consideração é acabar com o crédito rotativo de uma vez por todas. Essa modalidade permite o pagamento parcial da fatura do cartão de crédito, sendo o valor restante parcelado nas próximas faturas, mas com a adição de juros.

Além disso, o novo conjunto de medidas incluirá uma comunicação clara sobre o problema com a população. O secretário ressalta a importância de conscientizar as pessoas sobre o impacto dos juros acima de 400% ao ano no orçamento familiar.

Outra medida é a possibilidade de portabilidade da dívida do cartão de crédito, permitindo que os clientes transfiram sua dívida de um banco para outro que ofereça uma taxa de juros menor. Isso poderia ajudar os consumidores a buscar melhores condições para o pagamento de suas dívidas.

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