Governo promete trazer de volta a venda de carros populares

O governo está prestes a revelar um plano para diminuir os custos dos veículos, contudo, características como climatização e assistência de direção devem ser mantidas.

Carros Populares – O governo e o setor industrial estão em diálogo sobre a viabilidade de um programa de estímulo para reduzir os preços dos automóveis no Brasil. Atualmente, o Fiat Mobi e o Renault Kwid compartilham o título de carros mais acessíveis, com preços iniciando em R$ 68.990.

De acordo com uma matéria da Folha de S. Paulo, o Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e também vice-presidente, Geraldo Alckmin, deve fazer o anúncio em 25 de maio. A data foi meticulosamente selecionada por coincidir com o Dia da Indústria.

carros populares

As projeções indicam o possível anúncio do ressurgimento dos carros populares, com valores mais ao alcance do consumidor.

No entanto, para viabilizar isso, várias ações precisarão ser implementadas, tanto pelo governo, através da diminuição de impostos, quanto pelas montadoras, com a fabricação de veículos de menor complexidade.

Conforme informado pela Folha, a proposta é oferecer carros populares na faixa de preço de R$ 50 mil a R$ 60 mil. Esse objetivo pode ser atingido através de uma ação conjunta: redução de impostos pelo governo e simplificação dos modelos por parte das montadoras.

Pelas indicações, o novo plano a ser apresentado já contemplará a diminuição da carga fiscal, como estratégia para reduzir os custos de produção e estimular o ressurgimento das vendas de carros populares.

No entanto, essa simplificação pode ser bem distinta da observada no início dos anos 1990. Naquela época, para reduzir os custos dos carros, as montadoras eliminaram quase todos os equipamentos que não eram obrigatórios. A lista extensa inclui a transformação da quinta marcha em opcional, a utilização de vidros mais finos e a remoção de diversos itens: retrovisor do lado direito, apoios de cabeça nos bancos e janela quebra-vento retrátil foram todos dispensados.

A volta dos carros populares tem sido um tema recorrente no debate público e na agenda do governo. O presidente Lula fez manifestações recentes, nas quais deixou claro que medidas serão tomadas para baratear os preços dos veículos zero quilômetro no Brasil.

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 Renault Kwid, considerado o carro mais barato atualmente.

 

Atualmente, o modelo de entrada do mercado brasileiro, o Renault Kwid, beira os R$ 70 mil. De popular, este valor não tem nada.

Histórico dos carros populares no Brasil 

Os carros populares no Brasil têm uma longa história, que remonta à introdução do Volkswagen Fusca em 1953. No entanto, a definição mais comum de “carros populares” se refere aos veículos compactos e econômicos produzidos no Brasil a partir dos anos 90, quando o governo brasileiro introduziu um programa para estimular a produção de carros mais baratos e acessíveis. Este programa foi conhecido como “Programa Carro Popular”.

Em 1990, durante o governo Collor, foi criado um programa para fomentar a produção de carros mais baratos e, portanto, mais acessíveis à população. O governo reduziu o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros com motor até 1.0. Isso fez com que as montadoras lançassem modelos compactos e econômicos, que ficaram conhecidos como “carros populares”.

Os primeiros carros populares dessa época foram o Fiat Uno Mille, o Volkswagen Gol 1000 e o Chevrolet Chevette Junior. Posteriormente, muitos outros modelos se juntaram a eles, como o Ford Ka, o Renault Clio, o Chevrolet Celta, entre outros.

Estes carros geralmente tinham motores pequenos (1.0 litro), equipamentos básicos e eram mais baratos do que outros modelos. Eles foram muito bem sucedidos em termos de vendas, já que permitiam que mais pessoas pudessem comprar carros novos.

Apesar da descontinuação de alguns desses modelos, muitos deles ainda podem ser encontrados no mercado de carros usados. Além disso, várias marcas continuam a produzir veículos compactos e econômicos, embora o termo “carro popular” seja menos usado hoje em dia.

A descontinuação de alguns modelos populares ocorreu por vários motivos, como mudanças nas leis de segurança, emissões de poluentes, preferências do consumidor e estratégias das montadoras. Por exemplo, o Fiat Uno Mille foi descontinuado em 2013, pois não atendia às novas normas de segurança que exigiam airbags e ABS como equipamentos de série.

Em termos gerais, os “carros populares” tiveram um papel importante na história automobilística do Brasil, tornando a posse de carros nova uma realidade para muitas pessoas e contribuindo para o desenvolvimento da indústria automobilística brasileira.

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