Caixa vai retomar consignado ao Auxílio Brasil? Veja o que disse a presidente do banco
Na última sexta-feira (4) a Caixa Econômica Federal anunciou a suspensão do consignado ao Auxílio Brasil. De acordo com informações do banco, o objetivo era reunir os esforços do seu time para processar a folha de pagamento federal.
No entanto, na manhã desta quarta-feira a presidente Daniella Marques disse que em breve irá retomar as concessões do empréstimo consignado ao Auxílio Brasil. Segundo ela, isso acontecerá apos o Dataprev realizar o processamento da folha de pagamento.
O que é empréstimo consignado e como funciona?
O empréstimo consignado é a melhor opção de crédito para aposentados, pensionistas e servidores públicos. Através dele, uma pessoa consegue realizar uma empréstimo e oferecer como garantia o seu próprio salário.
Na prática, as parcelas referentes ao empréstimo são descontadas diretamente da folha de pagamento do beneficiário. Ou seja, ele não precisa realizar pagamento de boletos para quitar o empréstimo.
Esta é uma forma que os bancos e instituições financeiras possuem de obter maior garantia de pagamento por parte de seus clientes. Isso porque os aposentados e pensionistas normalmente contam com salário vitalício pela previdência. Assim, com o desconto em folha de pagamento, o banco tem a certeza de que receberá todas as parcelas.
Em consequência disso, as instituições financeiras conseguem oferecer as melhores taxas de juros do mercado para esta modalidade.
Empréstimo consignado ao Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil é um programa de distribuição de renda criado pelo Governo Federal para substituir o antigo Bolsa Família. Assim, contempla as pessoas que se encontram em situação de pobreza e extrema pobreza no país.
O valor inicialmente instituído para o benefício foi de R$ 400 para as famílias cadastradas. No entanto, em agosto deste ano o governo definiu como medida de emergência o acréscimo de mais R$ 200 ao benefício. Assim, até dezembro os beneficiários receberão a quantia de R$ 600.
Além disso, o Governo Federal também criou o empréstimo consignado ao Auxílio Brasil. A medida previa a disponibilização de crédito para os beneficiários do programa, funcionando como um empréstimo consignado comum. Assim sendo, deve cumprir todas as regras da modalidade.
De acordo com a legislação, o empréstimo consignado só pode comprometer até 40% do valor do salário. Para o Auxílio Brasil, o valor a ser considerado será o de R$ 400, já que o aumento para R$ 600 valerá apenas até o fim do ano.
Assim sendo, a parcela do empréstimo não poderá ultrapassar R$ 160. Levando em consideração que o prazo de pagamento será de até 24 meses, é possível dizer que o valor liberado pode alcançar R$ 3.840, sem contar com as taxas.
Segundo o Ministério da Cidadania, os bancos poderão cobrar o teto de 3,5% de taxa de juros.
Empréstimo consignado ao Auxílio Brasil vale a pena?
Inicialmente, o empréstimo consignado era disponibilizado apenas para aposentados, pensionistas e algumas empresas privadas. Mas, este ano, o governo tornou a modalidade de crédito também disponível para os beneficiários do Auxílio Brasil.
Sendo assim, os beneficiários agora poderão solicitar empréstimos em instituições financeiras e bancos e terem as parcelas descontadas do seu benefício.
No entanto, a disponibilização dessa linha de crédito para os beneficiários do programa dividiu opiniões. Alguns especialistas afirmaram que ela pode agravar ainda mais a situação de vulnerabilidade das pessoas mais carentes. Isso porque as famílias utilizam o benefício para a compra de itens básicos de sobrevivência, como a alimentação.
Sendo assim, ter parte do benefício comprometido com as parcelas do empréstimo consignado ao Auxílio Brasil irá afetar o seu poder aquisitivo, uma vez que já se encontram em estado de vulnerabilidade financeira e social.
Outro fator importante é que o benefício, teoricamente, não é vitalício. Isso porque, caso a família não se adéque mais às regras do programa, ele poderá ser cancelado. E o cancelamento do benefício não acarreta no cancelamento da dívida. Pelo contrário, mesmo tendo o benefício cancelado, o beneficiário deverá quitar o seu empréstimo.