Brasileiros comemoram leve QUEDA da ‘inflação do aluguel’
Os brasileiros que pagam aluguel receberam uma notícia positiva nesta semana. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), considerado a inflação do aluguel, recuou 0,06% em fevereiro, após subir 0,21% no mês anterior.
Aliás, a taxa vem desacelerando desde o final do ano passado, quando variou 0,56% em novembro e 0,45% em dezembro. Isso mostra que os preços do setor vinham desacelerando no país, até recuar, mesmo que levemente, em fevereiro de 2023.
Em síntese, o indicador é popularmente conhecido como inflação do aluguel. A propósito, o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo levantamento, divulgou os dados nesta terça-feira (28).
O índice funciona como um indexador de contratos, incluindo os de locação de imóveis. No entanto, o IGP-M não fica limitado a aluguéis, atingindo também contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo.
Além disso, influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde. Em outras palavras, o IGP-M é muito importante para diversos segmentos da sociedade, influenciando-os de maneira direta.
Com o acréscimo do resultado de fevereiro, o índice passou a acumular uma variação de 1,86% nos últimos 12 meses. A taxa anual foi bem menor que a registrada em fevereiro de 2022, quando o IGP-M acumulava uma forte alta de 16,12% em 12 meses.
IGP-M abrange três índices
Em suma, a variação do IGP-M se dá por três indicadores:
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA);
Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
Índice Nacional de Custo da Construção (INCC).
Em fevereiro, todos os indicadores registraram desaceleração, na comparação com janeiro. Assim, puxaram o IGP-M para baixo, apesar de apenas o IPA fechar o mês no campo negativo. De acordo com André Braz, coordenador dos índices de preços, o IPA foi o principal responsável pela queda do IGP-M em fevereiro.
“O recuo dos preços de grandes commodities – com destaque para soja (de -0,92% para -3,68%) e bovinos (de 0,65% para -2,74%) – sustenta o IPA em queda e contribui para um novo recuo da taxa em 12 meses, que passou de 3,00% para 0,42%, o menor patamar desde março de 2018, quando caíra 1,22%”, disse Braz.
Preços ao consumidor desaceleraram em fevereiro
Em síntese, o decréscimo registrado pelo IPA foi forte o suficiente para puxar o IGP-M para o campo negativo em fevereiro. Já os outros dois componentes da “inflação do aluguel” desaceleraram, mas se mantiveram com taxas positivas.
No caso do IPC, a taxa variou 0,38% em fevereiro, após alta de 0,61% no mês anterior. A taxa desacelerou devido ao decréscimo registrado por cinco das oito classes de despesas pesquisadas pelo FGV Ibre.
Em resumo, a desaceleração veio dos grupos educação, leitura e recreação (2,04% para 0,46%), alimentação (0,61% para -0,01%), transportes (0,60% para 0,19%), vestuário (0,25% para 0,09%) e comunicação (0,79% para 0,77%).
Nestas classes de despesa vale destacar a variação dos respectivos itens: passagem aérea (-0,21% para -4,08%), hortaliças e legumes (2,10% para -6,63%), gasolina (0,72% para -1,00%), roupas (0,24% para 0,11%) e tarifa de telefone móvel (0,27% para -0,31%).
Em resumo, estes foram os itens que registraram os maiores decréscimos nos preços em fevereiro, na comparação com janeiro, puxando para baixo os seus grupos de despesas.
Por outro lado, os grupos despesas diversas (0,26% para 1,69%), habitação (0,09% para 0,37%) e saúde e cuidados pessoais (0,56% para 0,73%) tiveram acréscimo em suas taxas de variação em fevereiro.
Estas classes de despesa receberam as maiores influências dos seguintes itens: serviços bancários (0,15% para 2,61%), aluguel residencial (-0,74% para 1,03%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (0,32% para 0,82%), respectivamente.
Inflação da construção também desacelera
O terceiro indicador que compõe o IGP-M também desacelerou em fevereiro, enfraquecendo um pouco mais a famosa “inflação do aluguel” teve alta no país. Em outras palavras, os brasileiros puderam comemorar uma alta um pouco menor nos preços dos contratos de alugueis e diversos outros setores.
A saber, o INCC desacelerou de 0,32% em janeiro para 0,21% em fevereiro. Aliás, o decréscimo do indicador sucede dois meses de aceleração dos preços, que indicavam que o setor da construção estava mais caro para os brasileiros.
O resultado de fevereiro do indicador foi enfraquecido pelas variações dos três grupos componentes do INCC . As oscilações foram as seguintes: materiais e equipamentos (-0,26% para 0,16%), serviços (0,53% para 1,10%) e mão de obra (0,77% para 0,10%).
Estes dados mostram que o principal fator para a desaceleração do indicador em fevereiro foi a redução da alta do custo da mão de obra. Em suma, os profissionais do setor, que passaram a cobrar mais caro pelos seus serviços em janeiro, reduziram a alta em fevereiro.