BOLSA FAMÍLIA: ‘Não é o programa de um governo, e sim da sociedade’, afirma Lula
O Governo Federal relançou o Bolsa Família em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (2).
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, assinou a Medida Provisória (MP 1.164/23) que estabelece as diretrizes e o desenho do novo programa, que começa a ser pago em 20 de março.
“Gostaria que vocês levassem em conta que este não é um programa de um governo, de um presidente da República. Ele é um programa da sociedade brasileira e que só vai dar certo se a sociedade brasileira assumir a responsabilidade de fiscalizar o Cadastro Único”, destacou o presidente Lula.
“O programa só vai dar certo se o cadastro permitir que o benefício chegue exatamente às mulheres, homens e crianças que precisam desse dinheiro”, complementou.
Lançamento do Bolsa Família
Durante o evento, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, explicou as novas diretrizes do programa, ressaltando o conjunto de medidas que visam promover a erradicação da pobreza por meio da integração de políticas públicas.
“É um programa que, desde 2003, durou 18 anos. O Fome Zero, em seguida o Bolsa Família, ajudou a retirar milhares de crianças do trabalho infantil, tornou-se uma referência para o mundo, ajudou na saúde, mas ajudou, de modo especial, a matrícula, a escolaridade, e isso é fundamental”, pontuou Wellington Dias.
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Discurso de beneficiária
Na cerimônia, tivemos a participação de uma beneficiária do Bolsa Família, para contar a sua história.
A doutora em Ciências Biológicas, Isamara Mendes da Silva, especialista na pesquisa de formigas, nascida no interior da Bahia, recordou o início do programa em 2023, quando a mãe foi enquadrada no Bolsa Família.
“Lembro que fiz até pedido na fitinha do Senhor do Bonfim para que mainha recebesse o Bolsa Família. Guardo com carinho na memória o dia em que ela chegou em casa com os olhos brilhando de alegria, trazendo a notícia de que havíamos conseguido o benefício.
Vale destacar que o pagamento do benefício é feito prioritariamente em nome da chefe familiar.
“Pela primeira vez na vida, mainha conquistou o direito de administrar uma renda.”
O investimento foi feito na educação dos filhos, que pela primeira vez puderam ter um caderno para estudar.
A partir desse momento, quando Isamara tinha 10 anos, ela começou a nutrir o desejo de fazer curso superior.
“Graças ao Bolsa Família, pude comprar meu primeiro livro de ficção. Desde então, a literatura se tornou parte importante da minha vida. Também graças ao Bolsa Família, passamos a comer pão todos os dias antes de ir para escola.”
Com o incentivo, a irmã mais velha passou na universidade pública:
“Naquele dia, sem precisar dizer uma palavra, cada um de nós, lá em casa, soube que estávamos mudando o rumo da nossa história”, continuou Isamara, que tempos depois ingressou na Universidade Estadual da Bahia, em Vitória da Conquista.
Ela conseguiu morar em outra cidade e concluir a graduação também por ter recebido bolsas de iniciação científica. Mesmo caminho para o mestrado e o doutorado, ambos na Universidade de São Paulo (USP).
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