BOLSA FAMÍLIA: CCJ do Senado APROVA a PEC da Transição; veja o próximo passo

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou no final da tarde desta terça-feira (6), a PEC da Transição, proposta que libera espaço no Orçamento de 2023 para o Bolsa Família e o aumento real do salário mínimo.

A saber, a PEC 32/2022 segue para dois turnos de votação em Plenário, onde são necessários três quintos dos votos dos senadores (49 de 81).

Cabe mencionar que a proposta aprovada não retira o Bolsa Família (atual Auxílio Brasil) do teto de gastos, mas expande o limite desse teto em R$ 145 bilhões para garantir o pagamento do benefício.

Ainda mais, o prazo do aumento do teto é fixado pelo substitutivo do relator, Alexandre Silveira (PSD-MG), em dois anos, e não quatro, como previa o texto original.

Aprovação da PEC do Bolsa Família

Vale destacar que a aprovação veio depois de acordo proposto pelo senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) de reduzir a expansão do teto em R$ 30 bilhões.

Inicialmente, o texto previa uma elevação de R$ 175 bilhões para os benefícios sociais.

Apesar do acordo, Oriovisto informou que apresentará em Plenário emenda para tentar reduzir o prazo de validade da regra de dois para um ano e que ainda tentará reduzir a expansão do teto.

Impacto

Com a medida, o governo eleito poderá pagar o Bolsa Família de R$ 600, acrescido de R$ 150 por criança de até 6 anos a partir de janeiro.

O impacto fiscal total previsto da proposta é de R$ 168 bilhões, sendo R$ 145 bilhões referentes ao Bolsa Família e cerca de R$ 23 bilhões para investimentos, valor atrelado a um eventual excesso de arrecadação.

Assim, ao aumentar o espaço fiscal, abre-se uma margem no Orçamento de 2023 para saúde, educação e segurança, entre outros, e garantia de recursos para programas como o Farmácia Popular e para a construção de casas populares.

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Negociações em torno do Bolsa Família

Parlamentares apresentaram novas emendas durante os trabalhos da CCJ. Dessa forma, ao todo, 52 sugestões de alterações foram protocoladas.

A reunião, iniciada às 10h34 da manhã, chegou a ser suspensa por mais de três horas para o relator analisá-las e novos pontos foram negociados entre os senadores na busca de um texto de consenso.

Além disso, os senadores se queixaram do curto prazo para análise da matéria.

Líder do governo no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ) afirmou que é favorável à manutenção do pagamento dos R$ 600 no próximo ano, mas pediu um prazo maior para de discussão da matéria.

O senador apresentou um requerimento para realização de uma audiência pública para debater a PEC, mas o pedido foi rejeitado pela CCJ.

“O próprio governo concorda com o valor de R$ 600 do Auxílio Brasil, mas a gente tem outras questões que não podemos, com todo respeito, passar no atropelo. O relatório entrou agora; quando deu quórum, entrou o relatório; 20 páginas; é um tema complexo. E foi alterado. Agora, é necessário que a gente tenha o prazo para a gente poder avaliar”, disse Portinho.

Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reforçou o pedido de adiamento da votação e disse que o consenso se limitaria aos R$ 600. Ele afirmou que a manutenção do benefício poderia ser feita por meio da edição de uma Medida Provisória e criticou a “correria” para votação da PEC.

Ainda mais, apesar de ser favorável à manutenção dos programas sociais, Tasso Jereissati (PSDB-CE) alertou durante a reunião que a manutenção do valor de R$ 175 bilhões pode trazer riscos para a economia.

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Gás

Por fim, no relatório reformulado, Alexandre Silveira acatou novas sugestões dos senadores, entre elas, incluir a manutenção do pagamento do Vale Gás dentro do espaço fiscal aberto com a PEC.

Fonte: Agência Senado

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