Banco Central Europeu vai diminuir estímulos
Nessa quinta-feira (9), o Banco Central Europeu (BCE) decidiu os rumos da política no velho continente e manteve os juros.
Apesar disso, também anunciou que pode diminuir o estímulo de recompra de ativos.
O que faz o BCE
O Banco Central Europeu é responsável pelo controle monetário de toda a União Europeia.
Assim como faz o Banco Central do Brasil, a instituição controla as taxas de juros, os programas de recompra de títulos (open market) e define a taxa de circulação da moeda.
Como o Euro é uma moeda muito forte no mundo todo, as decisões por lá afetam toda a economia, dado que a Europa é central nessa questão.
Taxas de juros da Europa
Apesar de ter o funcionamento igual ao Brasil, o Banco Central Europeu definir taxas de juros muda bastante coisa.
Por isso, os olhares do mercado estão sempre atentos aos relatórios e às reuniões feitas na entidade.
Por lá, também existem títulos públicos da dívida e os investidores podem emprestar dinheiro normalmente aos governos.
Com isso, e também pelo baixo risco de calote, a Europa tem taxas menores que a do Brasil, um mercado emergente e de alto risco.
Isso afeta, além dos investimentos, a aquisição de imóveis, financiamentos e empréstimos no continente, que nos seus efeitos, mexe no PIB e na renda da população por lá.
Recompra de ativos
Quando o Banco Central Europeu anuncia que diminuirá a recompra de ativos, significa que ele deixa de colocar dinheiro na economia.
Dessa forma, bancos e investidores que tiverem títulos de renda fixa do BCE passam a manter esses títulos e a ter direito ao valor investido mais os juros.
Por isso, deixam de ter dinheiro em mãos, que viria na hora da venda.
No momento em que a instituição diminui as compras, espera-se também que haja um impacto positivo na inflação, baixando seus patamares.
O centro da meta da Europa é de uma inflação de 2%, enquanto no Brasil alcançou-se a faixa dos 9%.
O relatório
No relatório divulgado no dia de hoje, o BCE anunciou que diminuirá a recompra de ativos e manterá taxas de juros.
Apesar disso, o futuro segue incerto.
Isso porque a entidade disse que ”realizará as aquisições de forma flexível de acordo com as condições de mercado e a fim de evitar um aumento da restritividade das condições de financiamento que seja incompatível com contrariar o impacto em sentido descendente da pandemia na trajetória projetada da inflação.”
Por isso, a entidade não descarta novas recompras, que favoreceria o aumento da inflação e pioraria os índices de crescimento do bloco.
Leia o relatório na íntegra aqui.
O mercado
Por aqui, o mercado segue monitorando os passos da entidade e agindo conforme a música toca.
Além da Europa, declarações das autoridades americanas também altera a atitude dos bancos, que mantêm, assim, uma postura cautelosa em relação ao Brasil no momento.