Banco Central aponta recuperação econômica na Região Sul do país
A atividade econômica do Sul registrou recuperação no segundo trimestre de 2022, após recuo no primeiro, quando refletiu a quebra na produção de soja, de acordo com informações oficiais do Banco Central do Brasil (BCB), divulgadas na data desta publicação, 02 de setembro de 2022.
Banco Central aponta recuperação econômica na Região Sul do país
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), além do final da apropriação das safras de verão, houve retomada mais intensa no comércio, na construção e em segmentos da prestação de serviços, sobretudo às famílias, e discreta ampliação da produção industrial.
Índice de Atividade Econômica Regional
De acordo com o IBCR-S, a economia do Sul cresceu 2,8% no segundo trimestre em relação ao ano anterior (-2,9%). A divulgação oficial ressalta que, em doze meses, o Sul assinalou a menor expansão dentre as regiões, 1,0%, influenciada pelos modestos resultados da agricultura e da indústria.
O comércio e a prestação de serviços não financeiros mantiveram a trajetória de expansão no segundo trimestre. Destacou-se o volume de serviços prestados às famílias, com crescimento há quatro trimestres consecutivos e aceleração na margem, informa o Banco Central do Brasil (BCB).
De outra parte, houve queda nos serviços de transportes, refletindo menor demanda para o escoamento da produção agrícola. O comércio assinalou expansão generalizada no período, avançando em oito das dez atividades pesquisadas, sobretudo em combustíveis e lubrificantes.
O Banco Central do Brasil (BCB) destaca que as vendas de veículos aumentaram pelo segundo trimestre em sequência e, de acordo com dados dessazonalizados da Fenabrave, continuaram crescendo em julho.
Cenário positivo para empresários e crescimento na indústria
Apesar disso, no acumulado dos sete meses deste ano, o número de licenciamentos foi 17,5% inferior àquele de igual intervalo de 2021. A confiança dos agentes segue positiva para os empresários, enquanto os consumidores apresentaram piora em suas avaliações, mantidas em zona que denota pessimismo, destaca a divulgação oficial.
A produção industrial apresentou crescimento moderado e abaixo da média nacional pelo segundo trimestre consecutivo, com resultados mistos entre as UFs e atividades. O Banco Central do Brasil (BCB) destaca que, dentre as mais relevantes na composição do produto industrial da região, a estabilidade na fabricação de produtos alimentícios decorreu do avanço em SC, haja vista a contração nos demais estados, enquanto a queda na produção de veículos foi determinada pelo PR.
Não obstante o crescimento ter sido pequeno e não disseminado, os empresários mantiveram-se confiantes no trimestre até julho – apenas o componente referente às condições atuais da economia brasileira ficou em zona que ainda denota pessimismo.
Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
De acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de julho, a produção de cereais, leguminosas e oleaginosas deverá ser 10,4 milhões de toneladas inferior ao ciclo produtivo anterior, destaca o Banco Central do Brasil (BCB).
O decréscimo resultou da diminuição da safra de verão, especialmente soja, milho, feijão e arroz. A queda tende a ser atenuada pelas maiores produções na 2ª safra (milho e feijão) e nos cultivos de inverno, notadamente o trigo.
De modo geral, as condições climáticas mantiveram-se dentro do esperado durante a maior parte do outono-inverno e as geadas ocorridas até o momento não impactaram significativamente a produtividade, destaca o Banco Central do Brasil (BCB).
Emprego e renda
O mercado de trabalho manteve trajetória de recuperação no segundo trimestre, refletindo o aumento na atividade na região. A taxa de desocupação da PNADC-T atingiu 5,6%, com aumentos na força de trabalho e na ocupação. Trata-se da menor taxa observada desde o segundo trimestre de 2015 e o sétimo declínio consecutivo, considerando dados com ajuste sazonal.
Com isso, a massa de rendimentos reais apresentou o maior volume desde o segundo trimestre de 2021, informa o Banco Central do Brasil (BCB). Dados do Novo Caged para o mercado formal apontaram geração de postos em dezenove das vinte e uma seções, com destaque para indústria da transformação e comércio, principalmente varejista.
De acordo com o Banco Central do Brasil (BCB), no acumulado do ano, a geração de vagas foi inferior à observada no mesmo período de 2021, embora o nível de emprego dessazonalizado permaneça avançando desde o segundo trimestre de 2020.