Auxílio Brasil paga cesta básica em poucos estados

O valor do Auxílio Brasil foi aumentado no final de julho, com a aprovação da PEC Kamikaze. Contudo, um levantamento do G1, que levou em consideração um estudo do Dieese, mostra que 2,4 milhões de famílias vivem em cidades onde não conseguem comprar a cesta básica com o dinheiro do programa. De forma geral, apenas 5 das 17 capitais possuem uma cesta básica abaixo dos R$600,00 do Auxílio Brasil.

O estudo também é um reflexo da inflação dos alimentos. Nos últimos 12 meses, o preço dos produtos subiu mais de 13% em todo o país. Dessa forma, esse é um dos principais motivos de que o bolso dos mais pobres ainda está apertado, mesmo com a redução da inflação.

Não está dando para fechar as contas

O valor do Auxílio Brasil é importante para muitas famílias, mas ainda não serve para cobrir todas as despesas do mês. Na verdade, o programa não consegue comprar a cesta básica em 12 das 17 cidades estudadas. Os dados preocupam, pois o valor do benefício deveria ser usado para trazer mais dignidade e oportunidades às famílias mais vulneráveis.

O estudo mostra que a cesta básica fica abaixo dos R$600 do Auxílio Brasil em 5 capitais: Recife, Natal, Salvador, João Pessoa e Aracaju. Contudo, grandes metrópoles ficaram bem longe de atingir valores aceitáveis. Em São Paulo, por exemplo, o valor da cesta básica é de R$749,78, sendo a mais cara do levantamento. Em segundo lugar está Porto Alegre, com a cesta básica de R$748,06. Florianópolis e Rio de Janeiro ficaram em terceiro e quarto lugar, respectivamente. Para os cariocas, a cesta básica estimada é de R$717,82, valor também superior ao valor do Auxílio Brasil.

Especialistas alertam que o valor do benefício precisaria ser aumentado, mas que também deveria existir um esforço do governo em reduzir o preço dos alimentos.

Imagem: Reprodução

Auxílio Brasil não é a única fonte de renda

Por conta do atual cenário, o Auxílio Brasil está longe de ser a única fonte de renda dos trabalhadores. Isso porque a grande maioria passa a viver de bicos para fechar as contas. Nesse cenário, especialistas afirmam que os empregos são desregulamentados, sem direito a férias e décimo terceiro, além de serem cargos com baixa especialidade.

Com isso, a remuneração dos cidadãos que recebem o Auxílio Brasil segue sendo baixa, mesmo com o recebimento do programa. Isso porque são trabalhos que exigem pouca especialização, como entregadores de aplicativo, cuidadores de idosos, serviços de limpeza, entre outros. Diante do cenário, especialista alertam que a baixa qualificação, somada à remuneração baixa, fazem com que a fome seja uma realidade recorrente na vida dessas pessoas.

Além do Auxílio Brasil, vale lembrar que os beneficiários recebem outro programas, como o vale-gás. Apesar disso, o custo de vida aumentou bastante nos últimos tempos. Desde 2018, os preços subiram, em média, 24% no país, com alguns produtos dobrando de valor no período.

Para solucionar o problema, economistas dizem que é preciso que o Governo Federal atue com força na geração de empregos, invista em educação para qualificar os mais vulneráveis, além de manter o pagamento do Auxílio Brasil para os beneficiários por mais tempo.

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