Arcabouço fiscal gera alívio no mercado e alta no Ibovespa
A aprovação do arcabouço fiscal já gera efeitos no mercado acionário. O Ibovespa, o índice líder da Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, está demonstrando um desempenho positivo nesta quarta-feira (23), seguindo a tendência otimista no cenário internacional. Os investidores também estão reagindo à aprovação do novo arcabouço fiscal no Brasil.
Por volta das 14h05, o Ibovespa estava apresentando um aumento de 1,58%, atingindo 117.989 pontos. As ações da Petrobras, uma das empresas mais significativas do Ibovespa, estavam subindo aproximadamente 5% no mesmo horário, exercendo influência positiva sobre o índice. Além disso, as ações da Vale também estavam em alta, com um aumento de 1,40%.
No dia anterior, o Ibovespa havia registrado uma queda de 1,51%, encerrando o dia com 116.156 pontos. Esse resultado levou o índice a apresentar os seguintes números acumulados:
- Um aumento de 0,64% na semana.
- Um aumento de 5,85% no ano.
- Uma queda de 4,75% no acumulado do ano.
O novo arcabouço fiscal
A aprovação do texto final do novo arcabouço fiscal é o destaque principal do pregão de hoje no Brasil. Essa proposta já havia sido aprovada pela Câmara dos Deputados e, em seguida, foi submetida a votação no Senado Federal, onde também foi aprovada, embora com algumas alterações.
Devido a essas mudanças, o projeto teve que retornar à Câmara, onde foi aprovado em uma votação dividida em duas partes, cada uma focada em um ponto específico.
Na primeira etapa, os deputados votaram e aprovaram, com 379 votos a favor e 64 contra, a isenção do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) e do Fundo Constitucional do Distrito Federal de seguir as novas diretrizes fiscais. Isso significa que esses fundos não serão limitados pelas novas regras de gastos.
Na segunda parte, os deputados rejeitaram, com 423 votos a favor da rejeição e 19 contra, um artigo proposto pelo Senado que permitiria ao governo incluir, na proposta de Orçamento de 2024, o valor das despesas considerando a projeção da inflação até o final do ano.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães, defendeu a retirada desse artigo para cumprir um acordo com líderes partidários. Na prática, isso abriria um espaço fiscal de até R$ 40 bilhões para o Executivo gastar no próximo ano. No entanto, essas despesas estariam condicionadas e precisariam ser aprovadas pelo Congresso.
Agora, o texto será encaminhado para a sanção presidencial.
Aprovação do mercado
O mercado tem uma visão positiva da aprovação do novo arcabouço fiscal porque a falta de clareza sobre os gastos públicos é um dos principais fatores que prejudicam os investimentos no Brasil. Com as novas regras fiscais, a expectativa é que haja mais previsibilidade nas despesas públicas.
Além disso, os investidores também estão aguardando a divulgação do balanço corporativo do segundo trimestre da Nvidia, uma empresa de tecnologia com forte ligação com a inteligência artificial. Espera-se que a empresa tenha apresentado números sólidos no último trimestre, o que poderá impulsionar o setor de tecnologia como um todo. Isso contribui para um sentimento positivo nos mercados e ajuda a aliviar, pelo menos a curto prazo, as preocupações com os riscos associados às projeções de uma possível recessão econômica nos Estados Unidos.
No entanto, a evolução das taxas de juros nos Estados Unidos ainda é uma questão de interesse, especialmente com a aproximação do Simpósio de Jackson Hole, um evento onde as principais autoridades se reúnem para discutir o futuro da maior economia do mundo.
A aprovação desse novo conjunto de regras fiscais é altamente relevante para o mercado financeiro brasileiro. Isso porque proporciona maior clareza e previsibilidade nos gastos públicos, eliminando incertezas que anteriormente afetavam os investimentos no Brasil.
A decisão representa um passo significativo para fortalecer a confiança dos investidores, pois agora podem contar com um ambiente mais estável e seguro para suas atividades financeiras no país. Isso pode atrair mais investimentos, estimulando o crescimento econômico e a geração de empregos. Portanto, a aprovação do novo arcabouço fiscal é vista como um marco positivo para a economia brasileira.