ANAC suspende autorizaçao da Itapemirim
Um dia após o Congresso em Foco noticiar que o dono da Itapemirim abriu uma empresa bilionária no Reino Unido, a ANAC suspendeu a autorização de funcionamento da companhia aérea. No fim da tarde de ontem, a Ita informou o cancelamento de suas atividades, em caráter temporário, para uma “reestruturação interna”. Especialistas afirmam que pode ser o início do fechamento da companhia.
Isso porque desde o princípio, a Ita vem afundada em polêmicas, processos trabalhistas e dívidas atrasadas. Com isso, a companhia, que estreou no dia 30 de junho, pode ter uma duração de menos de um ano. A ANAC ainda fez exigências à companhia devido ao cancelamento dos voos.
ANAC suspendeu o registro
A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu o registro de funcionamento da companhia aérea Ita. Segundo a entidade, a empresa cancelou os voos e não prestou os devidos amparos aos passageiros. Com isso, as atividades da Ita ficam suspensas até segunda ordem. Já na tarde de hoje, 18, a ANAC intimou a companhia a prestar esclarecimentos e reacomodação aos passageiros.
Desde sua fundação, a Ita vem afundada em escândalos. Desde processos trabalhistas da Itapemirim Transporte Rodoviário, braço de transporte por ônibus da empresa, até uma empresa bilionária no Reino Unido, ligada a Sidnei Piva, dono da Ita. Ainda, segundo os funcionários da Ita, transporte aéreo, não são raros os meses em que a empresa paga os salários de forma atrasada e sem correção. O Sindicado dos Aeronautas (SNA) disse que prestou apoio aos funcionários da Ita.
Posteriormente, na tarde de hoje, a ANAC intimou a Ita a prestar esclarecimentos e conseguir estadia para os passageiros que não se encontram nas cidades onde vivem. Segundo a nota, “a empresa Itapemirim Transportes Aéreos (ITA) foi intimada a cumprir medidas para assistência aos passageiros que adquiriram bilhetes aéreos da companhia e a prestar à Agência informações atualizadas sobre as ações previstas para honrar os bilhetes vendidos e reacomodação dos seus clientes.”
Os impactos na economia
O provável fechamento da empresa é uma péssima notícia para a economia brasileira. Isso porque, com uma empresa aérea a menos, o transporte aeroviário pode ficar mais caro, devido à concentração da frota em três companhias, Gol, Latam e Azul. Vale lembrar que, das três maiores, a Latam também passa por um processo de recuperação judicial, assim como a Itapemirim Transportes Rodoviários.
Além disso, o setor da aviação é mais arriscado que os demais. Isso porque essas empresas operam com margens menores de lucro, o que impede qualquer desvio da normalidade. Durante a pandemia, a demanda por voos chegou a cair 92%, segundo a ANAC, retomando gradativamente os níveis pré-pandemia apenas no meio do ano de 2021. Contudo, a alta do dólar não fez os lucros voltarem à normalidade e as empresas seguem em dificuldades.
Por outro lado, a abertura de uma companhia aérea não é tarefa fácil. Isso porque não é qualquer pessoa que consegue construir uma empresa aérea do zero, devido aos altos custos. Por isso, o mercado é conhecido pela dificuldade de entrada e pela conturbada manutenção da empresa. No Brasil, várias empresas famosas já fecharam as portas no setor, a exemplo da Varig.