Americanas entra em recuperação judicial. Empresa pode fechar

As Lojas Americanas entrou com pedido de recuperação judicial na manhã desta quinta-feira, 20. Segundo a empresa, foi descoberto um rombo de R$20 bilhões nas despesas da companhia. Além disso, os diretores afirmam que o valor para quitar as dívidas é de R$250 milhões, apenas. No total, as dívidas da empresa somam R$43 bilhões, sendo este o 4° maior processo de recuperação judicial da história do país.

O processo de recuperação das contas serve para que empresas endividadas consigam manter as portas abertas, sem que isso gere demissão em massa. No caso das Americanas, são quase 44 mil trabalhadores (permanentes e temporários). O Governo Federal precisará negociar com a companhia.

O que é o processo de recuperação judicial?

Com o anúncio de que as Lojas Americanas entraram em regime de recuperação judicial, muitas pessoas entenderam a gravidade do fato, mas ainda não sabem como funciona o processo. Apesar de apavorante, a medida tomada é bastante simples, mesmo que dados apontem a ineficiência do processo. E essa é a preocupação de funcionários e investidores.

Segundo dados do Serasa Experian, apenas 1 em cada 4 empresas conseguem sobreviver após o processo de recuperação judicial. Isso porque ele é um meio de renegociar dívidas entre a empresa e os credores. Todas as negociações acontecem perante a justiça, que tem o dever de tentar ajudar a empresa a manter as portas abertas.

Além disso no processo de recuperação judicial, a empresa precisa apresentar à justiça um plano de negócio para sair das dívidas, mostrando toda a reestruturação do negócio. No Brasil, qualquer empresa pode pedir essa medida judicial, com exceção de empresas estatais, de capital misto, cooperativas e planos de saúde.

Com o pedido, o caso das Americanas se tornou o quarto maior pedido de recuperação judicial do país. Veja a lista abaixo:

Odebrecht: dívidas de R$ 83,6 bilhões;
Oi: R$ 64 bilhões;
Samarco: R$ 50 bilhões;
Americanas: R$ 43 bilhões;
Sete Brasil: R$ 19,3 bilhões;
OGX: R$ 12 bilhões;
Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial): R$ 12 bilhões;
OAS: R$ 11,1 bilhões.

Foto: Reprodução

Governo Federal entrará no caso Americanas

Com a entrada em recuperação judicial, especialistas ressaltam a dificuldade de que a empresa consiga se manter saudável nos próximos anos. Isso porque as dívidas somam R$43 bilhões, enquanto o dinheiro para pagar as despesas é, atualmente, de R$800 milhões. Contudo, chama a atenção o fato de que a Americanas deve muito dinheiro para o governo.

Ao todo, são R$2,4 bilhões devidos ao BNDES, banco de desenvolvimento controlado pelo Governo Federal. Na prática, isso quer dizer que, perante a justiça, o governo precisará renegociar as dívidas com a empresa. Contudo, o BNDES afirma que a operação de crédito com a Americanas não é direta.

Isso quer dizer que o banco não emprestou diretamente à empresa. No meio do processo de crédito, existe um fiador, que provavelmente é um banco privado de grande porte. Recentemente, o banco BTG conseguiu uma liminar para reaver mais de R$1 bilhão em dívidas com a empresa. Segundo a justiça, isso seria feito através de bloqueios de bens da varejista.

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