A crise econômica na Argentina

A Argentina vem enfrentando uma grave crise econômica, sendo impulsionada ainda por uma crise política, em que ministros estão renunciando de seus cargos. Com a crise interna, a inflação ultrapassa os 60%, a moeda está em desvalorização recorde e há uma forte remarcação de preços no comércio. Nos últimos dias, os argentinos fizeram compras por medo das mudanças nos valores dos produtos.

Os problemas no nosso país vizinho não são de hoje, principalmente no que diz respeito à desvalorização da moeda local, o peso argentino, um fenômeno com o qual os “hermanos” convivem há décadas. Em março, o país registrou a maior inflação mensal em 20 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censo. Um número alto como esse não acontecia desde 2002.

Além disso, recentemente o país teve que recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para tentar driblar a atual crise. Cenário como esses vem se tornando corriqueiro aos “hermanos”, após esse pedido de ajuda, a Argentina completou seu vigésimo primeiro pedido de empréstimo à instituição.

Argentina e seu embate político

Um dos pontos chaves para se entender o cenário crítico instaurado no país é o embate político vigente desde a última eleição.

Cristina e Alberto, a vice, têm tentado se descolar do presidente, colocando a estratégia econômica proposta por ele como equivocada e problemática. Segundo os especialistas, Cristina estaria pensando nas eleições que ocorrem em 2023.

Nesse sentido, quanto maior for o abalo político, maior ficará a inflação, ou seja, maior será a insegurança da Argentina e de todo o seu povo, que vive uma inflação muitíssimo elevada.

Após a demissão do antigo ministro da economia, chega ao seu lugar Silvina Baltakis. Entretanto, apesar de ser aliada de Cristina, Silvina Baltakis, informou nesta semana que pretende seguir os passos que o antigo dono do cargo tinha traçado.

A economia local

A alta dos preços é só a ponta de um iceberg enorme. O ex-ministro da Produção e Trabalho da Argentina, Dante Sica, explica que a crise é uma soma de desastres: a economia estagnada há dez anos, administração temerária e o consequente agravamento dos indicadores sociais, econômicos e financeiros.

A população Argentina sofre com a elevada inflação que acaba corroendo todo o gasto das famílias. As pessoas não conseguem mais comprar, os vendedores não conseguem mais vender e quem já sofria, acaba passando fome. Com o agravamento da crise, os indicadores sociais pioraram e mais da metade da população vive na linha da extrema pobreza.

Além disso, a Argentina ficou agora fora dos mercados de capitais, enfrentando um déficit muito alto financiado pela emissão, que fez com que entrássemos novamente em um regime de alta inflação quase num nível de três dígitos, muito parecido com o que nos passava na economia da América Latina na década de 1980.

Os preços dos alimentos foram os que mais subiram. O índice oficial da inflação mensal ficou em 5,3% em junho, e o acumulado dos últimos 12 meses passou dos 60%.

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