Ibovespa fica no zero a zero de novo
Após um pregão negativo, o Ibovespa se recuperou no final e fechou em uma leve alta. Apesar disso, o índice continua andando de lado, à espera de maiores definições no cenário internacional.
No fim do pregão, uma notícia vinda dos Estados Unidos animou o mercado, mas não deveria.
A oscilação forte de hoje
O Ibovespa apresentou uma volatilidade bastante alta hoje. Com subidas e descidas bem acentuadas, o índice brasileiro fechou com leve alta de 0,09%
O índice chegou a operar em grande queda de 2%, devido ao cenário de inflação global. Isso porque a demanda por gás natural está bem acima da capacidade de oferta na Europa, o que encarece a produção, pressiona os preços e diminui o crescimento do país.
Por outro lado, nos Estados Unidos, o baixo crescimento da economia é uma realidade. Apesar disso, o aumento do custo de vida dos americanos pode pressionar uma alta de juros antecipada pelo FED, o que diminui a atratividade da bolsa brasileira e de todos os mercados emergentes no geral.
Isso porque títulos americanos são os mais seguros do mundo. Com uma taxa mais alta, mesmo que o retorno seja menor que o Tesouro Direto, grandes investidores tendem a buscar esses papéis para ter investimentos seguros.
No fim do pregão, algo anima
O Ibovespa conseguiu recuperar a baixa apenas no fim do pregão. Isso porque algumas notícias vindas dos EUA ajudaram.
Por lá, Republicanos teriam aceitado estender o teto da dívida americana até dezembro para poder comportar os gastos obrigatórios e desejados do governo Biden. Dessa forma, pelo menos até dezembro, a economia americana teria capacidade de arcar com suas obrigações.
Por outro lado, uma economia mais segura, com juros mais altos e retornos crescentes aos investidores, parece que o mercado não se deu conta de que isso é prejudicial ao Brasil, que tende a ficar com saída de capitais e alta do dólar (mais ainda), como consequência.
Olha quem voltou!
Outro destaque do dia no mercado financeiro, fora o Ibovespa, foi a alta do Bitcoin. A criptomoeda subiu mais de 8% no dia, ultrapassando os R$300 mil.
Depois de atingir os R$214 mil no dia 21 de setembro, a moeda engatou uma pernada de alta forte. Desde então, a valorização da criptomoeda está em 31,5%, um patamar de dar inveja a muitas ações nas bolsas do mundo.
Isso porque a criptomoeda saiu do meio de discussões e parece ter ficado esquecida no mercado financeiro. Com a turbulência política, ela tende a ser buscada, por ser um ativo descentralizado e de baixa regulamentação.
Por isso, gradativamente, o Bitcoin parece estar tomando o lugar do dólar nas moedas de socorro, apesar de ainda não ser mais buscado que o ouro em momentos de crise. Apesar disso, o ouro ficou no zero a zero hoje, sem maiores destaques.