Ações de energia para analisar o coronavírus
A agência Reuters, portal de notícias internacional, lançou uma notícia afirmando que ações de energia estariam sendo usadas por analistas para prever os impactos da variante delta. A tese é possível, mas pode haver complicações na estratégia.
O que diz a notícia
Analistas do mercado financeiro estão utilizando o setor de energia, e suas ações, para prever o andamento da retomada econômica nos EUA.
Segundo eles, uma retomada econômica mais rápida demandaria um maior uso de energia no país, seja nas indústrias, seja no comércio.
Por isso, com a demanda atual de energia e as previsões das empresas, seria possível verificar o real impacto da variante delta na economia.
A Reuters entrevistou Jeffrey Kleintop, estrategista-chefe de investimento global da Charles Schwab. Para ele, “o aumento do número de casos da variante delta levou a uma retomada do desempenho superior de ações defensivas, como tecnologia”.
Pela fala do analista, é comum vermos similaridades entre os movimentos ocorridos no Brasil durante a pandemia.
Isso porque empresas mais consolidadas no mercado financeiro sofreram a menor queda, quando comparado ao índice da Bovespa.
O mesmo processo é visto, agora, com o surgimento da variante delta.
Com isso, a queda nas ações de energia das bolsas americanas, como Exxon Mobil Corp e Chevron Corp, chegou a 13% no trimestre, um resultado nada bom, de acordo com analistas de lá.
Dessa forma, uma queda nos ativos representariam uma retomada mais lenta da economia americana, que pode ficar cada vez mais para trás em comparação com a principal rival, a China.
Apesar disso, no país asiático também é esperada uma diminuição no ritmo de crescimento da economia. Recentes movimentos das commodities mostram a preocupação dos economistas.
Venda das ações
O grande movimento de venda das ações de energia são fora do comum no mercado americano.
Isso porque investidores usam essas posições como segurança, pelo fato de ser um gasto perene.
Apesar disso, o setor ainda depende muito da volta da economia, principalmente devido à característica produtiva do país.
Com as previsões em baixa, os investidores passaram a desacreditar no setor, e o aumento no número de vendas resultou na queda dos preços.
No Brasil
O Brasil, por sua vez, também sentiu o movimento.
Apesar de serem outros motivos, a crise hídrica afeta diretamente a geração de energia elétrica no país.
Os ministros do Governo Federal chegaram a cogitar a possibilidade de um apagão nacional, o que foi negado por Bento Albuquerque, Ministro de Minas e Energia.
No momento, o mercado financeiro segue analisando os resultados do baixo nível de água nos reservatórios do país e faz projeções sobre o racionamento – ou não- de energia elétrica.
Por causa disso, o preço da energia elétrica já subiu mais de 20% nos últimos 12 meses, algo que pesa bastante no bolso dos brasileiros, principalmente os mais pobres.