Valores a receber: mais de 4,8 milhões de brasileiros já solicitaram seu dinheiro extra
Em março do presente ano, o Banco Central autorizou novamente o acesso ao sistema Valores a Receber, uma plataforma que exibe os recursos esquecidos por indivíduos e empresas no sistema financeiro do Brasil.
Essa quantia é originária de contas finalizadas com saldo remanescente, tarifas cobradas de forma inadequada, fundos provenientes de consórcios, entre outros.
Os brasileiros não deixaram passar a chance de obter um rendimento adicional e se apressaram para assegurar o saque disponibilizado pelo governo. Até o momento, mais de R$ 300 milhões já foram distribuídos em mais de um mês entre pessoas físicas e jurídicas em todo o território nacional.
Dessa forma, para descobrir o montante adicional que alguém pode obter, é necessário acessar o site do Valores a Receber e fornecer o CPF e a data de nascimento. Para empresas, deve-se informar o CNPJ e a data de constituição da companhia.
Quando o Banco Central reativou o sistema de resgate, havia 38 milhões de pessoas físicas e 2 milhões de empresas com saldos a serem recebidos. Contudo, a vasta maioria possuía menos de R$ 10 a serem recuperados: 29,2 milhões de contas, representando 62,55% do total. Apenas 643,1 mil contas (1,37%) continham valores superiores a R$ 1.000 reais.
Solicitações
Segundo dados do Banco Central, desde 7 de março (primeiro dia dos saques) até este último domingo, 9 de abril, o sistema contabilizou mais de 122 milhões de consultas, e aproximadamente 5 milhões de indivíduos e empresas já requisitaram seu dinheiro adicional.
Assim, o governo já transferiu mais de R$ 342 milhões para aqueles que “deixaram” recursos nos bancos e instituições financeiras. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, pois esse valor corresponde somente a 5,7% dos R$ 6 bilhões em recursos “esquecidos” nos bancos, instituições financeiras e cooperativas.
Embora a maior parte do dinheiro adicional disponível seja composta por valores mais baixos, alguns indivíduos e empresas conseguiram resgatar quantias expressivas. Por exemplo, a pessoa física com o maior resgate até o momento recebeu R$ 750 mil, enquanto a empresa que obteve o maior valor assegurou quase R$ 3,3 milhões.
Resgate
Para consultar a existência de valores a receber, a pessoa física deve acessar o site do Valores a Receber e fornecer seu CPF e data de nascimento. Já para empresas, é necessário informar o CNPJ e a data de constituição da companhia. Para solicitar o resgate é necessário possuir uma conta gov.br de nível prata ou ouro.
Se não for o caso, a pessoa física ou jurídica deverá entrar em contato diretamente com a instituição financeira onde o dinheiro foi esquecido para acertar os detalhes do resgate.
Após a solicitação de devolução, o dinheiro será depositado em até 12 dias úteis, mesmo que a pessoa tenha optado pelo recebimento via Pix.
Valores “esquecidos” pertencentes a pessoas falecidas podem ser recuperados por herdeiros, testamenteiros, inventariantes ou representantes legais. O total de visualizações de dados de indivíduos falecidos no sistema do Banco Central alcançou 1,45 milhão.
A consulta foi disponibilizada a partir de 28 de fevereiro, e o resgate se tornou possível desde 7 de março. Esta é a segunda etapa do Sistema Valores a Receber (SVR). A primeira fase ocorreu entre março e abril de 2022, e as consultas e retiradas de dinheiro “esquecido” estiveram suspensas desde então. Atualmente, não há previsão para encerramento do sistema.
Valores a receber
O sistema Valores a Receber (SVR) do Banco Central é uma plataforma que permite que pessoas físicas e jurídicas verifiquem se possuem recursos esquecidos em bancos, instituições financeiras e cooperativas de crédito no Brasil.
Esse dinheiro pode ser oriundo de diversas fontes, como contas correntes ou poupanças encerradas com saldo remanescente, cobranças indevidas de tarifas, e valores disponíveis para ex-participantes de cooperativas de crédito ou grupos de consórcios já encerrados.
O Banco Central reativou o sistema em 2023, e desde então, não há previsão de encerramento. Contudo, é importante verificar regularmente a existência de valores a receber, pois as informações podem ser atualizadas ao longo do tempo.
O que são a conta Gov.br e os níveis ‘prata’ e ‘ouro’?
A conta Gov.br é um meio de acesso digital que permite aos brasileiros acessar serviços públicos, como o comprovante de vacinação da Covid-19, carteira de trabalho digital, eSocial e INSS. A conta possui três níveis de segurança e acesso: bronze, prata e ouro.
O nível bronze oferece acesso parcial a alguns serviços digitais, com um nível básico de segurança. Para aumentar o nível, basta seguir as instruções no aplicativo ou no site Acesso.
Como criar uma conta Gov.br?
- Acesse o site Acesso ou o aplicativo gov.br (Android ou iOS)
- Siga os passos solicitados para realizar o cadastro
Como obter o nível ouro no Gov.br?
- Realize a validação do cadastro com o reconhecimento facial nas bases da Justiça Eleitoral; essa ação é feita pelo aplicativo.
- Valide o login com o certificado digital compatível com a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP Brasil).
Como obter o nível prata no Gov.br?
- Realize o reconhecimento facial com foto identificada através da CNH ou com login em banco credenciado.