Veja qual o piso salarial médio do Brasil no início do governo Lula

Os reajustes salariais no Brasil foram muito positivos para os trabalhadores em janeiro. Isso porque, no primeiro mês de 2023, três em cada quatro acordos e convenções coletivas ficaram cima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

Em outras palavras, a maioria dos trabalhadores do país se beneficiou com o aumento do poder de compra no início deste ano. A título de comparação, apenas 23,8% dos acordos e convenções coletivas superaram o INPC em 2022. Isso mostra o quanto o cenário ficou mais positivo para os trabalhadores do país em janeiro deste ano.

Em resumo, o INPC é usado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS no país. Assim, as organizações se baseiam neste índice para realizar acordos e reajustes dos salários dos trabalhadores.

Inflação elevada reduz poder de compra

Quando a inflação do país está em um nível muito alto, o poder de compra do trabalhador acaba reduzido. Aliás, quanto o INPC está muito elevado, os reajustes tendem a ficar abaixo do indicador, até porque a maioria dos patrões não irá aumentar de maneira expressiva os salários dos empregados, mesmo com a inflação elevada.

Seja como for, vale destacar que o INPC mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país. Dessa forma, como é usado para reajustes salariais, o INPC tem uma importância muito grande para os trabalhadores brasileiros.

Todos estes dados fazem parte do levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e divulgado mensalmente.

Piso salarial do Brasil

De acordo com o levantamento, o piso salarial médio do país foi de R$ 1.406,26 em janeiro, no primeiro mês do governo Lula. A saber, este valor médio é “equivalente à soma dos valores de todos os pisos, dividida pelo número de pisos observados”, segundo o Dieese.

Entre os quatro setores econômicos pesquisados, apenas um deles teve um resultado superior à média nacional. Veja abaixo os pisos de cada um dos setores:

Serviços: R$ 1.411,00
Indústria: R$ 1.381,93
Comércio: R$ 1.380,71
Rural: R$ 1.329,24

Vale destacar que o setor de serviços responde por quase 70% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Por isso, o setor puxou o piso salarial do país para cima, apesar de os demais setores terem registrado valores inferiores à média nacional.

Embora os serviços tenham apresentado o maior piso nacional, foi a indústria teve o maior número de reajustes acima da inflação do país em janeiro de 2023, chegando a 77,0% do total dos reajustes. Já as negociações abaixo do INPC totalizaram 13,0%, enquanto 10,0% ficaram iguais à inflação medida pelo índice.

Com dados bastante semelhantes, o comércio fechou janeiro com 76,4% dos reajustes acima da inflação. Por outro lado, apenas 5,6% das negociações ficaram abaixo do INPC no período, enquanto os 18,0% dos acordos restantes tiveram uma variação igual a da inflação.

Embora os dados da indústria e do comércio tenham sido muito positivos, o setor de serviços não conseguiu registrar resultados tão bons assim para os trabalhadores do país. No entanto, os dados do setor ainda foram positivos para os empregados.

Em suma, 57,6% dos reajustes ficaram acima da inflação, o que quer dizer que mais da metade dos trabalhadores dos serviços viram o seu poder de compra crescer no primeiro mês deste ano.

Em contrapartida, 18,2% das negociações ficaram abaixo do INPC e não representaram ganho real para o trabalhador dos serviços. Assim, os 24,2% dos acordos restantes ficaram iguais ao INPC e também não resultaram em ganho real para os empregados do setor.

Veja o piso salarial das regiões brasileiras

Além disso, o Dieese também revelou o piso nacional médio nas regiões brasileiras. Todos os dados divulgados pelo Dieese são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Previdência.

Veja abaixo os pisos salariais médios em cada região brasileira:

Sul: R$ 1.440,84
Sudeste: R$ 1.440,40
Norte: R$ 1.380,19
Centro-Oeste: R$ 1.377,60
Nordeste: R$ 1.348,74

Segundo o Dieese, os reajustes salariais foram muito parecidos entre as regiões brasileiras em janeiro deste ano. A propósito, o Centro-Oeste teve a maior taxa de acordos acima do INPC (89,3%), seguido por Nordeste (78,5%), Sudeste (73,4%), Norte (72,7%) e Sul (72,1%).

Em contrapartida, o Norte teve a maior taxa do país em relação aos reajustes que perderam para a inflação em janeiro. Na região, 13,6% dos acordos e convenções coletivas reduziram o poder de compra do trabalhador no primeiro mês do ano. Na sequência, ficaram Centro-Oeste (10,7%), Sudeste (10,4%), Nordeste (6,6%), e Sul (3,5%).

O levantamento ainda revelou que o Sul teve o maior percentual de acordos e convenções coletivas iguais ao INPC (24,4%), ou seja, que também não aumentaram o poder de compra do trabalhador. Em seguida, ficaram Sudeste (16,2%), Nordeste (14,9%) e Norte (13,6%). Não houve acordos iguais ao INPC no Centro-Oeste em janeiro.

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