GRANDE NOTÍCIA para os trabalhadores com carteira assinada do país
Os trabalhadores brasileiros receberam uma grande notícia nesta semana. No quarto trimestre de 2022, o rendimento médio real de todos os trabalhos somou R$ 2.808, o que representa um crescimento de 1,9% em relação ao trimestre anterior (R$ 2.757).
Ao considerar o valor médio anual do rendimento dos trabalhadores, o resultado não foi positivo. Em resumo, houve uma leve queda 1,0% na renda habitual (ou menos R$ 28,00), para R$ 2.715.
Esse dado mostra que os trabalhadores do país receberam menos em 2022, em comparação ao ano anterior. No entanto, o resultado do quarto trimestre reflete uma melhora do rendimento e, caso a trajetória continue em 2023, a renda dos trabalhadores será ainda maior neste ano.
Aliás, na comparação com o quarto trimestre de 2021, o rendimento médio real dos trabalhadores cresceu 8,3%. À época, a renda média no país era de R$ 2.594, ou seja, R$ 214 a menos. Pode até parecer pouco, mas esse valor faz uma grande diferença para diversas famílias do país, principalmente aquelas de renda mais baixa.
Todos estes dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada nesta semana.
A propósito, a inflação acumulou alta de 5,79% no Brasil em 2022. Como a renda dos trabalhadores encolheu no ano, mesmo que levemente, a população sofreu ainda mais para manter os hábitos de consumo, até porque inflação se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços.
Rendimento cresce em duas regiões brasileiras
De acordo com o IBGE, a renda habitual real dos trabalhadores cresceu em duas regiões no quarto trimestre, em relação ao trimestre anterior: Centro-Oeste e Sudeste. Contudo, os números ficaram estatisticamente estáveis nas demais regiões brasileiras no período.
Já na comparação com o quarto trimestre de 2021, o resultado foi bastante positivo, visto que o rendimento dos trabalhadores cresceu em todas as cinco regiões do país.
O IBGE também revelou que a massa de rendimento real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, ficou estimada em R$ 274,3 bilhões. Esse nível é recorde da série histórica, que teve início em 2012.
Na comparação com o trimestre anterior, a massa de rendimento cresceu 2,1%, o que representa um acréscimo de R$ 5,6 bilhões. Já em relação ao quarto trimestre de 2021, o aumento foi ainda maior, de 12,8%. Isso corresponde a um acréscimo de R$ 31,2 bilhões na massa de rendimentos nacional.
“Esse crescimento do rendimento está associado tanto ao processo de desaceleração inflacionária como também à expansão de trabalhadores formais, principalmente aqueles com carteira de trabalho assinada”, explicou Adriana Beringuy, gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.
Entre outubro e dezembro de 2022, o rendimento dos trabalhadores cresceu em 16 das 27 unidades da federação (UFs). As maiores expansões foram registradas no Mato Grosso do Sul (19,2%) e no Mato Grosso (17,8%).
Trabalhadores por conta própria
A PNAD Contínua também revelou que o número médio anual de trabalhadores por conta própria totalizou 25,5 milhões em 2022. Isso representa 26% da população ocupada, que totalizou 98 milhões no ano passado.
Em síntese, o número de trabalhadores por conta própria ficou 2,6% superior aos dados observados em 2021 (24,35 milhões).
Ao considerar apenas o quarto trimestre de 2022, o percentual de trabalhadores por conta própria foi de 25,6% da população ocupada, que somou 99,4 milhões nos três últimos meses do ano passado.
Embora a taxa trimestral tenha ficado menor que a média anual, o percentual em 14 das 27 UFs superou a média nacional no quarto trimestre. Veja abaixo os estados com os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria do país:
Rondônia: 36,5%;
Amapá: 34,3%;
Amazonas: 31,9%;
Pará: 30,9%
Maranhão: 30,7%;
Pernambuco: 30,3%;
Paraíba: 29,6%;
Bahia: 28,4%;
Ceará: 28,0%;
Acre: 27,8%;
Piauí: 27,5%;
Rio de Janeiro: 27,0%;
Mato Grosso: 25,7%;
Roraima: 25,7%.
Em suma, Rondônia se consolidou na primeira posição do ranking em 2022, com o maior percentual de trabalhadores por conta própria do país. Isso porque o estado nortista havia ultrapassado Amazonas e Pará no segundo trimestre. Já no terceiro trimestre, assumiu a liderança, ultrapassando o Amapá.
Além disso, os estados do Norte e do Nordeste tiveram os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria do Brasil. Aliás, ambas as regiões também concentraram as maiores proporções de trabalhadores informais do país.
Distrito Federal tem menor taxa do país
O IBGE também revelou a parte inversa do ranking. Em resumo, o Distrito Federal teve a menor taxa no quarto trimestre, assim como ocorreu em todos os trimestres de 2022.
A saber, o percentual da população ocupada trabalhando por conta própria no DF ficou em 19,4%, ou seja, 6,2 pontos percentuais (p.p.) inferior à média nacional.
Confira quais foram as UFs que tiveram as menores proporções de trabalhadores por conta própria do país no quarto trimestre.
Distrito Federal: 19,4%;
Tocantins: 21,2%;
Goiás: 21,7%;
Mato Grosso do Sul: 21,9%;
Sergipe: 23,4%;
Paraná: 23,4%;
São Paulo: 23,8%;
Minas Gerais: 23,9%;
Alagoas: 24,4%;
Espírito Santo: 24,7%;
Santa Catarina: 24,8%;
Rio Grande do Sul: 25,2%;
Rio Grande do Norte: 25,5%.
Por fim, vale destacar que todas estas taxas ficaram abaixo da média nacional. Inclusive, os dados citados revelam que as menores taxas vieram, principalmente, de estados do Centro-Oeste. No entanto, todas as cinco regiões brasileiros tiveram ao menos algum estado nessa parte da tabela.