Lula diz que economia ‘não cresceu nada’ em 2022
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta quinta-feira (2) que é preciso fazer investimentos para fazer a economia brasileira voltar a crescer e consequentemente, gerar empregos.
PIB 2022
O chefe do Executivo Federal comentou a divulgação do crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2022. Contudo, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi registrada uma desaceleração gradual no segundo semestre do ano passado.
“Tem que vir uma política de crescimento econômico, de geração de empregos e de transferência de renda através do salário que é o que importa para o trabalhador”, afirmou Lula.
Retomada de obras para estimular economia
O presidente fez um discurso durante cerimônia de relançamento do Bolsa Família, no Palácio do Planalto em Brasília. O objetivo do presidente é estimular a economia brasileira através da retomada das obras paradas.
“A economia brasileira não cresceu nada, nada o ano passado. Então, o desafio que nós temos agora é fazer a economia voltar a crescer. E nós temos que fazer investimento. Não permitir que nenhuma obra continue paralisada neste país”, disse o petista.
Petrobras
O presidente também comentou sobre a distribuição de dividendos da Petrobras. Ele afirmou:
“A Petrobras, ao invés de investir, ela resolveu agraciar os acionistas minoritários com R$ 215 bilhões. Teve um lucro de R$ 195 bilhões. E quanto foi o investimento da Petrobras? Quase nada. Porque a Petrobras, que no nosso tempo era uma empresa de desenvolvimento do nosso país, agora é uma empresa exportadora de óleo cru. Não foi para isso que nós descobrimos o pré-sal”.
Em tom de crítica ao que é praticado no país, Lula afirmou que “as empresas brasileiras, os bancos brasileiros, têm que pensar primeiro nesse país, para depois pensar nos seus lucros ou pensar nos seus acionistas”.
PIB
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil diminuiu 0,2% no quarto trimestre de 2022 sobre o trimestre imediatamente anterior, registrando no ano passado uma alta de 2,9%, depois de ter avançado 5% em 2021.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, também afirmou nesta quinta que o desafio da pasta para 2023 é reverter a desaceleração da economia brasileira.
No entendimento de Haddad, a desaceleração da economia está ligada a atual taxa de juros. De acordo com o ministro, ela foi gerada por medidas tomadas pelo governo de Jair Bolsonaro.
“Evidente que houve uma reação do Banco Central às atitudes do governo anterior do período eleitoral, que ensejou no aumento da taxa de juros, e tudo que nós estamos fazendo agora é reverter esse quadro, para em uma eventual queda da taxa de juros, o Brasil possa retomar uma curva ascendente”, disse Haddad.
Recessão da economia
O Ministro da Fazenda diz ainda que a pasta não trabalha com a possibilidade de recessão da economia, mas admitiu que a manutenção das taxas no atual patamar de 13,75% ao ano gera uma desaceleração da econômica.
“As medidas que nós estamos tomando vem justamente ao encontro do desejo do Banco Central de reduzir as taxas de juros, para que a atividade econômica não sofra os efeitos da política monetária. Aquilo que venho dizendo desde dezembro quando fui indicado para o Ministério da Fazenda, harmonizar as políticas fiscal e monetária para que a retomada da economia brasileira não seja prejudicada”, afirmou Haddad.
Alterações no PPI da Petrobras
Durante a fala de Haddad, o ministro foi questionado sobre possíveis mudanças na Política de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras. Ele afirmou que a mudança é uma agenda do Ministério de Minas e Energia (MME).