Mais de 640 mil têm mais de R$ 1 mil em “dinheiro esquecido”, diz BC
Imagine esquecer mais de R$ 1 mil em uma instituição financeira. Esta é a realidade de mais de 640 mil brasileiros, que agora podem recuperar esta quantia no sistema de Valores a Receber. Os dados foram confirmados pelo Banco Central (BC) durante divulgação dos números da retirada nesta quarta-feira (1).
Segundo o BC, estes dados levam em consideração as informações contidas nas instituições no último mês de janeiro. Depois de um ano de paralisação, o chamado Sistema de Valores a Receber (SVR) foi reaberto na última terça-feira (28). Uma primeira rodada do processo foi realizada ainda no ano passado.
Mesmo que o número de pessoas que têm mais de R$ 1 mil esquecido pareça grande, o fato mesmo é que a grande maioria dos cidadãos que esqueceram algo em instituições financeiras, acabaram esquecendo valores menores. Ainda de acordo com o BC, a maioria tem menos de R$ 1 mil disponível para retirada agora.
Tomando como base os números do Banco Central, é possível afirmar que 4,6 milhões de pessoas têm entre R$ 100,01 e R$ 1.000 esquecidos em instituições financeiras. Ao mesmo passo, 29,2 milhões de brasileiros têm até R$ 10 disponíveis para retirada nesta nova fase do sistema de valores a receber.
Ao todo, o BC informa que há R$ 6 bilhões disponíveis para retirada de cerca de 38 milhões de pessoas. Neste primeiro momento, apenas o processo de consulta aos valores está aberto. Os procedimentos para saques da quantia ainda serão divulgados dentro de mais alguns dias.
De onde vem o dinheiro esquecido?
Mas afinal de contas, como é possível esquecer um dinheiro em uma instituição financeira? O BC explica que tal prática é mais comum do que se possa imaginar, e normalmente acontece nas seguintes situações:
Contas corrente ou poupança encerradas com saldo disponível;
Cotas de capital e rateio de sobras líquidas de ex-participantes de cooperativas de crédito;
Recursos não procurados de grupos de consórcio encerrados;
Tarifas cobradas indevidamente;
Parcelas ou despesas de operações de crédito cobradas;
Contas de pagamento pré ou pós-paga encerradas com saldo disponível;
Contas de registro mantidas por corretoras e distribuidoras encerradas com saldo disponível;
Outros recursos disponíveis nas instituições para devolução.
A consulta aos valores
Caso siga o mesmo esquema registrado no ano passado, o Banco Central deverá dividir o procedimento em três partes. Inicialmente, o cidadão apenas confere se há algum dinheiro esquecido em seu nome, etapa que está aberta desde a terça (28).
Logo depois, o BC divulga qual é o valor que está disponível para o cidadão em questão. A última etapa é justamente a retirada da quantia. O indivíduo poderá solicitar a transferência do saldo para uma conta que está ativa hoje.
O BC encerrou o processo de consulta aos valores a receber em maio do ano passado, alegando que retomaria processo algumas semanas depois de uma pausa para a melhoria do sistema. Fato é que o procedimento só foi retomado agora.
Vale lembrar que neste meio tempo, o Banco Central teve que passar por uma greve de servidores. Os trabalhadores pediam reajustes salariais para o Governo Federal e chegaram a cruzar os braços, prática que acabou atrasando o processo de retomada da consulta.