PÉSSIMA NOTÍCIA para trabalhadores que têm a carteira assinada

Os trabalhadores do Brasil que têm a carteira assinada ficaram chocados com os dados da nova pesquisa do IBGE. De acordo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD) Contínua, a renda do trabalhador brasileiro encolheu em 2022.

Em resumo, o valor médio anual do rendimento real habitual foi estimado em R$ 2.715 no ano passado, o que representa uma queda de 1,0% em relação a 2021, ou R$ 28,00. Isso mostra que os trabalhadores tiveram mais dificuldades para manter os mesmos hábitos de consumo do ano anterior.

Em 2022, a inflação, que se refere ao aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços, acumulou alta de 5,79% no Brasil. Como a renda dos trabalhadores encolheu, mesmo que levemente, a inflação corroeu ainda mais o rendimento dos brasileiros.

Por outro lado, a massa de rendimento real habitual teve alta de 6,9% em 2022, somando R$ 261,3 bilhões. Esse nível é recorde da série histórica, que teve início em 2012, e representa um crescimento de R$ 16,9 bilhões em comparação a 2021.

Taxa de informalidade recua em 2022

O levantamento do IBGE ainda mostrou que a taxa média anual de informalidade no Brasil atingiu 39,6% da população ocupada em 2022. Esse percentual corresponde a 38,8 milhões de trabalhadores do país. Inclusive, a população ocupada somou 98 milhões de pessoas no período.

O IBGE também revelou que o desemprego no Brasil recuou em 2022, atingindo 10 milhões de pessoas. Em síntese, o número de desempregados teve uma forte redução de 27,9% em relação a 2021, o que representa uma queda 3,9 milhões de pessoas nessa condição no país.

Embora o desemprego tenha caído de maneira significativa no ano passado, os brasileiros ainda continuam enfrentando muitas dificuldades para conseguir um trabalho com carteira assinada no país.

Segundo o IBGE, “o número de pessoas em busca de trabalho está 46,4% mais alto que em 2014, quando o mercado de trabalho tinha o menor contingente de desocupados (6,8 milhões) da série histórica da PNAD Contínua”.

Além disso, os dados do levantamento mostraram que a taxa da população na força de trabalho ficou estimada em 107,9 milhões no quarto trimestre de 2022. O valor ficou 0,7% menor que o observado no trimestre anterior (menos 787 mil pessoas), enquanto se manteve estável em relação ao quarto trimestre de 2021.

Já a população fora da força de trabalho somou 65,9 milhões entre outubro e dezembro, o que representa um crescimento de 1,8% na comparação trimestral (mais 1,2 milhão de pessoas) e de 2,1% na base anual (mais 1,4 milhão).

População subocupada despenca

O levantamento do IBGE é bastante amplo e traz diversos dados e nuances do mercado de trabalho brasileiro. De acordo com a PNAD Contínua, a população subocupada do país totalizou 6,2 milhões de pessoas em 2022.

Esse número representa uma forte queda de 17,3% na comparação com 2021, quando o país tinha cerca de 7,5 milhões de pessoas subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas.

Esses dados evidenciam a recuperação do mercado de trabalho brasileiro em 2022. Os dois anos anteriores foram muito difíceis para os trabalhadores do país devido à pandemia da covid-19, que provocou a perda de milhões de empregos e reduziu a renda de muitas pessoas.

Em 2022, o Brasil criou 2,03 milhões de empregos formais. Embora o dado seja expressivo, a quantidade de postos de trabalho criados foi 26% menor que em 2021 (2,776 milhões).

Aliás, o resultado caiu fortemente por causa da forte base de comparação, uma vez que os números do emprego dispararam em 2021, sucedendo o pior momento da pandemia, em 2020.

Subocupação limita recuperação econômica 

Em suma, a população subocupada é composta por pessoas subutilizadas em seu trabalho, ou seja, que poderiam trabalhar mais do que realmente o fazem.

Segundo dados do IBGE, a taxa da população subocupada já estava bem alta no Brasil antes da pandemia. Com a chegada da crise sanitária, diversos profissionais sofreram com cortes de salário e redução da jornada de trabalho, o que agravou o quadro da subocupação no país.

Esse cenário prejudica a recuperação do consumo, principal motor econômico do Brasil. Especialistas explicam que a pessoa subocupada trabalha menos do que gostaria e tende a receber uma remuneração igualmente menor.

Assim, sua renda diminui e ela tem mais dificuldades para manter o mesmo padrão de consumo de antes. Em outras palavras, os trabalhadores passam a gastar menos, já que têm o poder de compra reduzido, e isso desaquece a economia.

Ao mesmo tempo, há uma redução dos investimentos nas atividades econômicas do país devido ao desaquecimento da economia. Por isso, reduzir a subocupação no país é um grande passo para ter um crescimento mais firme da economia brasileira.

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