Economia brasileira CRESCE 2,9% em 2022, revela Banco Central
A economia brasileira cresceu 2,9% em 2022, na comparação com o ano anterior. Embora o resultado tenha ficado positivo, o destaque foi a desaceleração do crescimento econômico no segundo semestre do ano passado.
Em dezembro, a economia cresceu 0,29%, em relação a novembro. Esse resultado positivo interrompeu uma sequência de quatro quedas consecutivas, que refletiram a dificuldade que a atividade econômica do país enfrentou para se manter em campo positivo.
Em síntese, esses dados se referem ao Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a ‘prévia’ do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Aliás, o BC divulgou os dados do indicador nesta quinta-feira (16).
Confira abaixo o desempenho mensal da economia brasileira em 2022, em comparação ao mês imediatamente anterior:
Janeiro: -0,52%
Fevereiro: +1,01%
Março: +1,19%
Abril: -0,50%
Maio: -0,54%
Junho: +0,99%
Julho: +1,87%
Agosto: -1,21%
Setembro: -0,11%
Outubro: -0,28%
Novembro: -0,55%
Dezembro: +0,29%
Todos esses números passam por um ajuste sazonal para que haja “compensação” em relação aos períodos diferentes. Dessa forma, os dados refletem a realidade da variação econômica do país, com dados ajustados e não apenas nominais.
Vale destacar que o resultado de dezembro foi mais intenso que o esperado. Em resumo, os analistas do mercado financeiro acreditavam em um avanço de 0,10% no último mês de 2022, mas a alta foi quase três vezes maior.
Economia brasileira perde força em 2022
O avanço registrado em 2022 foi o terceiro nos últimos quatro anos. Veja abaixo o desempenho da economia brasileira entre 2019 e 2022, na comparação com o ano anterior:
2019: +1,05%
2020: -4,2%
2021: +4,68%
2022: +2,9%
Apesar de ter fechado o ano com um resultado positivo, o desempenho da economia brasileira perdeu muita força nos últimos meses de 2022. Em suma, o aumento dos juros corroeu ainda mais a renda da população, que já havia sofrido fortemente no ano anterior com a inflação elevada.
O resultado anual só não ficou negativo porque o crescimento registrado no primeiro semestre foi bastante expressivo. Além disso, as quedas observadas entre agosto e novembro não foram muito intensas, ou seja, não eliminaram o ganho anual.
Aliás, a trajetória negativa vista em boa parte do segundo semestre refletiu a perda de fôlego da economia, mesmo com a liberação e a turbinada de benefícios sociais com a Emenda Constitucional nº 123.
A saber, o Banco Central divulga semanalmente o relatório Focus, que traz projeções de analistas do mercado financeiro sobre indicadores econômicos do país. E, para 2022, os analistas projetaram que o PIB brasileiro iria crescer 3,03%. No entanto, segundo a “prévia” do PIB, o crescimento foi um pouco menor.
Projeções para a economia brasileira em 2023
O relatório Focus também revela as projeções de analistas para o PIB brasileiro em 2023. Em suma, a atividade econômica deverá crescer 0,76% neste ano, segundo as estimativas mais recentes de analistas do mercado financeiro.
Isso mostra que a economia do país deverá sofrer uma forte desaceleração em 2023. E o principal fator para isso são os juros elevados, que reduziram fortemente o consumo no país no ano passado.
No início deste mês, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve pela quarta vez consecutiva a taxa Selic estável em 13,75% ao ano. Esse é o maior patamar dos juros no país desde novembro de 2016, ou seja, em mais de seis anos.
Para quem não sabe, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços, a temida inflação. Quanto mais alta s Selic, mais altos ficam os juros no país. Assim, o crédito fica mais caro, reduzindo o poder de compra do consumidor e desaquecendo a economia.
A propósito, a inflação estourou a meta no ano passado. Em outras palavras, os preços de bens e serviços subiram mais do que deveriam. E isso também é esperado para este ano. Por isso que o BC segue mantendo os juros em patamar bastante elevado no país.
Entenda o indicador do BC
O IBC-Br é uma ‘prévia’ do PIB, ele avalia a evolução da atividade econômica do Brasil e ajuda o Banco Central na tomada de decisões em relação à taxa básica de juros, a Selic.
Em suma, o indicador reúne informações sobre o nível de atividade dos três setores econômicos do país:
Indústria;
Comércio e serviços;
Agropecuária.
Além disso, o BC também contabiliza o volume de impostos arrecadados no país. Ao final de tudo isso, a entidade financeira divulga a prévia do PIB brasileiro. Contudo, vale destacar que esse não é o índice oficial do país para medir a atividade econômica.
O PIB corresponde à soma de todos os bens e serviços produzidos no país. E o responsável pela divulgação desse indicador é o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulga os dados oficiais da economia brasileira.