Cesta Básica difere de acordo com a região do país, mas a tendência é de alta (Entenda!)

De acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, estudo mensal realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o custo da cesta básica subiu em 11 das 17 capitais do país em janeiro. As maiores altas consideradas ocorreram na região nordeste.

No Recife, a cesta básica teve uma alta de 7,61%, em João Pessoa a variação foi de 6,80% e em Aracaju houve um aumento de 6,57%. Já na região sul do Brasil ocorreu o oposto, o valor da cesta básica caiu em três capitais, Florianópolis, com – 1,11%, Porto Alegre com – 1,08% e Curitiba, com – 0,50%.

Sobre o custo dos brasileiros com relação ao conjunto básico de alimentos, São Paulo foi a cidade que apresentou a cesta básica mais cara do país. Em janeiro o valor total ficou em R$790,57. Em seguida vem o Rio de Janeiro onde o valor dos produtos ficou em cerca de R$770,19. Já em Florianópolis a cesta custou R$760,65.

Todavia, a cesta básica mais barata do país é encontrada na cidade de Aracaju, com um custo médio no valor de R$555,28 em janeiro deste ano. De fato, é possível encontrar no Brasil cestas básicas mais baratas. É importante observar que há uma grande tendência de sua valorização, no início de 2023.

Dieese calcula o salário mínimo ideal

No cálculo do valor do salário mínimo ideal, o Dieese observou o preço da cesta básica em São Paulo, a mais cara do Brasil. Além disso, ele utilizou a determinação constitucional que diz que o piso salarial deve ser capaz de suprir despesas como alimentação, saúde, moradia, transporte, educação,lazer e previdência. 

Analogamente, o departamento chegou ao valor de R$6.641,58, o que corresponde a cinco vezes ao salário mínimo atual estabelecido no país, que é de R$1.302. Atualmente, o trabalhador que recebe o piso, utiliza cerca de 58,54% do que ganha, para comprar produtos alimentícios considerados básicos.

O reajuste do salário mínimo em 2023 foi de 7,42%, o que significa um ganho real de R$90. Ele ficou acima da inflação do ano passado, que foi de 5,93%. No entanto, espera-se que haja mais um reajuste feito pelo Governo Federal em maio. Caso ocorra este aumento, ele deve chegar a R$1.320.

No Brasil, cerca de 60 milhões de pessoas recebem o piso salarial todos os meses. São trabalhadores do setor público e privado, como por exemplo, aposentados, pensionistas, cidadãos que recebem o Benefício de Prestação Continuada, beneficiários de auxílio-doença e demais trabalhadores.

Cálculo do piso salarial

A princípio, o Governo Federal ajusta o salário mínimo todos os anos. O estabelecimento de seu valor tem como objetivo garantir ao cidadão os recursos necessários para que ele possa sobreviver. Ele deve ser suficiente para garantir direitos básicos, garantidos às pessoas um poder de compra, como a cesta básica, por exemplo.

Entre 2007 e 2019, o salário mínimo no país era definido levando em consideração o Produto Interno Bruto (PIB). Ele é a soma total de todos os bens e serviços produzidos no Brasil, do ano retrasado. Além disso, no cálculo era considerado também a inflação, através do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (IPCA).

No entanto, a partir do ano de 2020, o piso salarial do país passou a ser reajustado de acordo com  a inflação do ano anterior, sem levar em consideração o PIB. De fato, esse cálculo está previsto na Constituição, pois ela prevê que os cidadãos não podem perder seu poder de compra de um ano a outro.

Salário mínimo em 2023

O presidente Lula criticou durante sua campanha o cálculo do salário mínimo baseado apenas na inflação sem levar em consideração o PIB do país. Dessa maneira, espera-se que em seu governo, ele possa incluir este índice na instituição do piso salarial. Por essa razão espera-se um reajuste ainda em maio.  

Em conclusão, uma grande parcela da população brasileira tem seus salários atrelados ao piso mínimo. Ela o utiliza para comprar sua cesta básica, pagar por suas moradias, ajudar seus familiares, enfim, sobreviver. O aumento relacionado aos produtos alimentícios acaba pesando no bolso dos brasileiros.   

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