Empresários estão menos confiantes com a economia

Nesta quarta-feira (1), a Fundação Getúlio Vargas divulgou o Índice de Confiança Empresarial (ICE). Segundo os dados, o índice obteve queda de 2,1 pontos em janeiro em relação a dezembro de 2022, caindo para 88,6 pontos. É o menor valor desde março de 2021, quando o índice atingiu 85,9 pontos. O ICE é composto pelos indicadores de confiança de quatro setores analisados pelas Sondagens Empresariais produzidas pelo Ibre-FGV: indústria, serviços, comércio e construção.

Nesse sentido, segundo o Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), a queda na confiança por parte dos empresários já no primeiro mês de 2023 reflete a tendência de desaceleração da atividade econômica no Brasil, que já vinha sendo sentida a partir do quarto trimestre de 2022.”A piora do ambiente de negócios ocorre de forma disseminada entre os setores, mas é percebida de forma mais acentuada nos segmentos do comércio e de serviços”, apontou o superintendente de Estatísticas do Ibre-FGV, Aloísio Campelo Júnior.

Segundo Aloísio, em relação ao futuro “as expectativas continuam piorando no horizonte de três meses, mas deram sinais de melhora nas previsões para os seis meses seguintes”. A coleta do Índice de Confiança Empresarial levou em conta informações de 3.926 empresas dos quatros setores entre os dias 1º e 27 de janeiro deste ano.

Brasil é citado em relatório de economia global do FMI

Um relatório divulgado pelo FMI neste mês mostrou que a economia global ainda está sendo bastante afetada pela alta generalizada da inflação e dos juros, bem como pela guerra na Ucrânia e a nova onda de Covid-19 da China. Segundo o FMI, a economia mundial continuará crescendo, no entanto, em ritmo menor que o apurado em 2021 e 2022, época que o mundo estava se recuperando do período restritivo da pandemia. Nesse sentido, a previsão do FMI é um crescimento global de 2,9%, menor que os 3,4% e 6,2% dos dois anos anteriores.

Ainda de acordo com o relatório, as taxas de juros elevada ajudaram a conter a inflação, dado que tornaram os empréstimos mais caros e reduziram o consumo de bens e serviços, no entanto, limitou o crescimento econômico e a geração de empregos e renda. No entanto, para o fundo, a política de juros elevado já começou a fazer efeito no controle da inflação e, inclusive, destacou o Brasil como exemplo.

“O núcleo de inflação está caindo em algumas economias que concluíram seu ciclo de aperto, como o Brasil”, disse o relatório. É importante lembrar que o Brasil foi uma das primeiras economias a iniciar a elevação da taxa de juros, no início de 2021. A taxa de juros brasileira saltou de 2% para 13,75%, o atual patamar da Selic.

Por fim, o relatório apontou que o efeito da elevação da taxa de juros no mundo deverá ter maior efeito sobre os preços somente em 2024 e que o Brasil deverá ter o mesmo padrão das economias globais em termos de crescimento para 2023, uma forte queda de crescimento em 2023 após dois anos seguidos de altos índices, fortemente impactados pela retomada econômica após o período mais restritivo da pandemia.

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