13º salário: Segunda parcela vai para compras e pagamento de dívidas
Até o dia 20 de dezembro, última terça-feira, os trabalhadores deveriam receber a segunda parcela do 13º salário. Isto é, uma dos direitos trabalhistas que consiste num valor igual à sua remuneração habitual.
Neste caso, contudo, o pagamento pode se dividir em duas parcelas. Assim, a primeira deve ocorrer até o fim do mês de novembro e a segunda até 20 de dezembro.
Além disso, é importante lembrar que nesta segunda cota, haverá a incidência de alguns tributos como imposto de renda, por exemplo. Por esse motivo, seu valor costuma ser menor do que a primeira.
O cálculo do 13º ocorre de forma proporcional ao tempo que o trabalhador está naquela empresa. Portanto, aqueles que já trabalham no local por um ano ou mais receberão o valor total de seu salário. Contudo, com tempo de trabalho igual ou inferior a 11 meses, a quantia do 13º será proporcional.
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Com este valor a mais, muitos cidadãos se organizam para quitar débitos ou, ainda, realizar compras de Natal.
13º poderá ajudar no pagamento de dívidas
Recentemente, a plataforma Hazo.app, da 121 Labs, realizou uma pesquisa acerca do uso do 13º salário.
Segundo o estudo, então, os trabalhadores usarão este valor da seguinte forma:
44,5% irá quitar débitos antigos e atuais, além de adquirir material escolar e pagar tributos do início do ano, como IPVA e IPTU, por exemplo.
43,5% deve fazer compras de Natal ou ter gastos gerais de férias como em viagens e festas.
12% irá guardar ou investir sua segunda parcela de 13º.
A pesquisa ocorreu com um total de 2 mil cidadãos que compõem diferentes classes sociais. Ademais, segundo a plataforma, há 2 pontos percentuais de margem de erro.
Dessa forma, o estudo conseguiu demonstrar que, no final deste ano de 2022, os trabalhadores estão mais cautelosos. Isto é, com um maior número de pessoas que irão pagar débitos ou poupar o valor.
Somando estes dois blocos, de 44,5% e de 12%, então, temos 56,% dos trabalhadores que não irão gastar o 13º com novas compras, ou seja, a maioria deles.
“Percebemos um consumidor muito mais conservador, interessado em colocar as contas em dia e, se possível, em guardar dinheiro”, comentou Renato Mayer Moreira, presidente da 121 Labs.
De acordo com ele, este resultado se dá em razão do alto nível de endividamento do brasileiro atualmente.
Outra pesquisa confirma resultado
Indo adiante, outra pesquisa recente também indica um grande contingente de trabalhadores que irá quitar dívidas com o 13º.
Trata-se de estudo da fintech Onze, que costuma se especializar em temas da previdência e sobre saúde financeira. Segundo esta pesquisa, então, serão 43% dos cidadãos que irão usar sua quantia extra para dívidas, ou seja, um percentual próximo ao da pesquisa da 121 Labs.
O levantamento da Onze, ainda, traz ainda mais detalhes sobre os 1.587 trabalhadores que entrevistaram. Assim, vê-se que, dentre os trabalhadores que irão pagar dívidas, 67% já se encontram negativados.
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Ademais, o estudo também conferiu as fontes de débito, sendo as mais comuns:
Cartão de crédito, representando 64%.
Empréstimos, sendo 26%;
Contas domésticas, com 24%.
Especialistas recomendam a quitação de débitos
Muitos especialistas da área concordam com a decisão dos trabalhadores.
Nesse sentido, o diretor-adjunto do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), José Silvestre, falou sobre como as pessoas se comportam dentro do contexto atual no país.
“Neste ano, em que a economia cresce muito pouco, mesmo cenário previsto para o ano que vem, o brasileiro tende a segurar os gastos, temendo perder o emprego”, comentou.
Dessa forma, o especialista indica que os trabalhadores usem esse valor extra a fim de quitar débitos. Segundo ele, o valor médio do 13º é de R$ 2.170 no Brasil.
José Silvestre justifica seu conselho em razão dos valores de juros.
“A taxa de juros no país está muito alta e, se for possível amortecer a dívida, melhor”, declarou.
Sobre esta questão, portanto, é importante lembrar que, em 2021, a taxa Selic foi de 9,25%, enquanto neste ano, o percentual já subiu para 13,75%. Isto é, tratando-se de uma quantia muito alta de juros, de forma que é mais interessante evitar crédito, parcelamento e cheque especial, por exemplo.
Alguns buscam investir
Além dos trabalhadores que irão pagar suas dívidas, ainda há um grupo que decidiu investir com a segunda parcela de seu 13º salário. Assim, 12% dos trabalhadores buscam fazer com que este valor cresça, dentro de certo tempo.
Nesse sentido, Renato Mayer Moreira, presidente da 121 Labs, entende ser relevante que esta quantia de cidadãos irão aplicar seus valores.
Desse modo, a pesquisa da 121 Labs também identificou o destino destes investimentos. Serão:
24% para a caderneta de poupança.
23% para os fundos de renda fixa.
16% em fundos imobiliários.
13% para fundos de ações.
10,5% aplicarão no Tesouro Direto.
8% em criptomoedas.
3,5% investirão em imóveis.
Assim, Renato Mayer Moreira entende que os trabalhadores que investirão em criptomoedas representam “uma disposição de correr mais risco, possivelmente na tentativa de obter ganhos maiores que a renda fixa”.
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Portanto, para alguns, o investimento representa mais riscos do que é necessariamente uma garantia, como costuma ser ao guardar o valor na poupança, por exemplo.
13º também se destina a compras de Natal
Depois de pagar dívidas, a segunda maior prioridade dos trabalhadores com sua segunda parcela do 13º serão as compras de Natal.
Inclusive, é importante lembrar que este valor extra também se chama abono natalino. Isto é, exatamente porque possui o objetivo de auxiliar neste períodos em que a população tem o costume de comprar presentes e fazer festas.
Assim, segundo o Dieese, o 13º salário poderá injetar cerca de R$ 250 bilhões na economia nacional, considerando ambas as parcelas.
Dessa forma, a pesquisa da 121 Labs, ao identificar aqueles que fariam compras de Natal com seu 13º, também conferiu o destino destas compras.
Foi possível, perceber, então, que:
36% usarão o cartão de débito.
28% optam pelo cartão de crédito.
24% preferem usar o PIX.
12% usarão dinheiro físico.
Portanto, vê-se que, somando as opções de pagamento a vista, com 72%, a maioria dos trabalhadores farão compras sem criar novos débitos.
Nesse sentido, Renato Mayer Moreira indica que esta já é “uma sinalização de que se pretende iniciar 2023 com menos dívidas”.