Considerando as grandes mudanças que estão por vir para o início de 2023, o mercado financeiro conta com um cenário volátil, cheio de incertezas. Principalmente pelas indecisões no que se refere às políticas fiscais, tendo em vista a não existir nenhuma definição na equipe de transição. Por isso, hoje, vamos indicar as consequências da subida da taxa Selic.
O que é taxa Selic?
A sigla Selic significa Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, com administração do Banco Central, que negocia os títulos públicos federais. Assim, a taxa Selic representa a média realizada nas operações nesse sistema. As operações mencionadas, representam empréstimos realizados com vencimento em 1 dia entre instituições financeiras, oferecendo, títulos públicos federais, como garantia.
Dessa forma, a taxa Selic se torna uma estratégia da política monetária do Brasil que tem como meta o sistema de inflação. Ela estabelece o compromisso do país em criar medidas que mantenham a inflação dentro de uma faixa prefixada. Sendo assim, tem como objetivo evitar os descontroles de preços que causam a perda do poder de compra do real.
O que está ocorrendo com os juros praticados no Brasil neste período de transição?
A falta de certeza diante da política fiscal faz com que o movimento dos juros se eleve, a ponto de atingir o nível mais alto desde 2016.
Enquanto as discussões se voltam para a PEC de Transição, que prevê que despesas sejam postas fora do teto de gastos, o mercado tende a reagir de forma que o Banco Central aumente novamente a taxa Selic. Previsões indicam que ela atingirá em torno de 15% nos primeiros 6 meses do ano de 2023.
A alta dos juros tem como principais motivos:
As indefinições diante do nome do próximo ministro da economia;
As incertezas em relação aos pacotes fiscais;
E as indefinições a respeito de uma política econômica para ser considerada ao longo prazo.
A falta de uma certeza diante da política fiscal faz com que o movimento dos juros se eleve- Reprodução AdobeStock
Quais são as consequências da subida da Taxa Selic?
Enquanto perdurar as indefinições políticas a respeito do ajuste fiscal, e da economia brasileira, a tendência é que as taxas de juros continuem em alta em consequência, ocorrerá alta na taxa Selic.
As grandes incertezas presentes no momento, recaem principalmente nos investimentos de renda fixa, uma vez que, apesar de possuir rentabilidade, vinculada à Taxa SELIC, esses investimentos tendem a ser de longo prazo, e neste momento, estão indefinidos.
E se permanecerem as incertezas, e o novo presidente continuar falando que “O mercado tá nervosinho”, as reações podem ser muito catastróficas para o mercado financeiro. Além disso, com o aumento da Taxa SELIC, os preços dos produtos irão subir, juntamente com a taxa de juros, diminuindo a quantidade de financiamentos e empréstimos a serem efetivados.
É preciso de uma definição rápida e certa, para conter a volatilidade do mercado, e das taxas de juros.
De nada adianta, aprovar a PEC da Transição, para aumentar o poder de compra dos beneficiários dos programas sociais, se os preços dos alimentos, terão aumento significativo, além de uma taxa de juros, altíssima. Não haverá circulação de dinheiro no país.
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