Como o Catar se tornou o país mais rico do mundo?
O país que sediará a Copa do Mundo deste ano virou alvo de muita curiosidade dos brasileiros, principalmente com o início da competição. Sempre conhecido por ser muito rico, poucas pessoas entendem como o mundo árabe, em especial o Catar, conseguiram enriquecer de forma tão rápida a ponto de, hoje, serem um território de grande prosperidade, apesar dos problemas.
Segundo dados do Banco Mundial, um cidadão no Catar ganha, em média, 61 mil dólares por ano. O país fica em quarto lugar nos países mais ricos do mundo, atrás apenas de Luxemburgo, Singapura e Irlanda. Por conta dos altos valores, o país, distante daqui, pode ser uma inspiração para a economia brasileira.
Como o Catar enriqueceu?
Como já é muito difundido na mídia internacional, o Catar enriqueceu, de fato, pela descoberta de petróleo e gás natural em seu território. Antes disso, era uma colônia de pescadores e extratores de pérolas no mar do país. Contudo, apenas isso não é fator para o enriquecimento. Vale lembrar que a Venezuela, por exemplo, é o país com mais reservas de petróleo do mundo e, atualmente, é um país pobre.
As primeiras descobertas de campos de petróleo aconteceram na década de 1940, mas foi em 1970 que o país realmente encontrou uma fonte relevante do produto. Apesar disso, a tecnologia da época não permitia que a venda do produto fosse relevante. E assim o Catar seguiu 26 anos sendo um país pobre, até que em 1996, o Emir Hamad bin Khalifa al Thani tomou o poder de seu pai e mudou, de fato, a vida da população.
Sob seu comando, o Catar voltou a explorar com força o petróleo e o gás natural e começou a se colocar como líder de negociações no mundo. O governo foi responsável por criar tecnologias diferentes para transportar os produtos, o que tornou o custo de produção o mais baixo do mundo. Com isso, o país consegue ter lucros da extração mesmo em tempos em que o petróleo está barato.
Emir Hamad bin Khalifa al Thani, o responsável por desenvolver o Catar. Foto: Reprodução
Mas isso não basta
Quando a economia de um país começa a depender muito de apenas um produto, economistas dizem que o país sofre da “doença holandesa”. Nessa “doença”, o país começa a voltar a sua economia apenas para aquele produto e, quando o preço dele cai, a economia entra em colapso. Foi isso que aconteceu com a Venezuela, mas não aconteceu com o Catar.
Isso porque o governo do país começou a investir em todo o mundo. Ao exportar o petróleo e o gás natural para os países asiáticos (majoritariamente), o dinheiro que vinha das vendas foi direcionado para um fundo de investimentos. Quando um país abre um fundo de investimentos com o dinheiro do povo, como fez o Catar, chama-se de fundo soberano.
Esse fundo soberano do Catar, o Autoridade de Investimentos do Catar, investiu em diversas empresas do mundo todo. Em 2022, o fundo passou a valer mais de 300 bilhões de dólares, sendo um dos maiores do mundo. A ideia foi inspirada no que aconteceu na Dinamarca, que tem um processo de desenvolvimento parecido: começou com extração de recursos naturais e, gradativamente, diversificou a economia.
Com isso, o Catar enriqueceu com o petróleo e protege sua economia investindo no mundo todo.
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