FGTS Futuro poderá ser utilizado para financiamentos imobiliários (saiba mais)
Trabalhadores brasileiros que possuem contas vinculadas ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) com uma renda familiar de até R$2,4 mil, poderão utilizar seus depósitos futuros para abater ou quitar dívidas resultantes de financiamentos imobiliários. As instituições financeiras devem se adequar a nova norma em até 90 dias.
Dessa maneira, a concessão dos novos financiamentos devem começar a partir de 2023. O trabalhador com carteira assinada poderá somar os valores do seu FGTS com sua renda familiar. Ele irá aumentar a sua capacidade de pagamento, o que pode ocasionar uma diminuição dos juros relativos a seu contrato com as instituições financeiras.
O Conselho Curador do FGTS aprovou durante uma reunião, por unanimidade, na última terça-feira (18/10), a medida que regulamenta o parágrafo 27 do artigo 20 da Lei nº 8.036/90. De acordo com a legislação, os valores disponíveis em contas vinculadas podem ser movimentados de acordo com as necessidades. Isso será feito através de uma autorização no contrato de financiamento.
FGTS Futuro
A transferência do direito aos saque futuros “poderá ser objeto de alienação ou cessão fiduciária para pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento imobiliário. Ele é concedido no âmbito do SFH, observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, mediante caucionamento dos depósitos a serem realizados na conta vinculada do trabalhador”.
Modalidades garantidoras do crédito, a cessão e a alienação fiduciária possibilita a quem assume a dívida, a transferência ao credor, seu direito a um móvel ou imóvel, ou ainda a um crédito futuro, durante o tempo que perdurar a dívida. De acordo com a lei, os valores relativos ao mês da rescisão de contrato de trabalho e do mês anterior, caso o depósito ainda não tenha sido feito, não podem ser caucionados.
O Conselho Curador vem buscando aprimorar as condições de financiamento habitacional principalmente à famílias de baixa renda regulamentando dispositivos legais já existentes. A medida deve impactar sobre o acesso ao crédito das famílias brasileiras, proporcionando ao beneficiário complementar a sua capacidade de pagamento.
Como funciona o FGTS Futuro
O agente da instituição financeira deverá informar o trabalhador da possibilidade de pagamento com e sem a caução, o valor a ser caucionado. Por exemplo, a família que obter um financiamento de R$500 para um imóvel próprio, mas que as parcelas relativas ao seu pagamento sejam de R$600, poderá utilizar o FGTS Futuro para complementar a quitação da parcela.
É uma forma de proporcionar meios ao trabalhador de pagar por financiamentos imobiliários. Dessa maneira, ele tem acesso a um crédito que não possuía anteriormente. Vale ressaltar que há um teto de R$2,4 mil que poderá ser revisto posteriormente. Haverá uma exigência da limitação do valor em um primeiro momento.
A aprovação da resolução também determina que, com a concessão do financiamento, o operador poderá exigir ou não ao trabalhador utilizar todo o seu saldo disponível em sua conta vinculada ao FGTS. A instituição financeira também poderá requisitar a movimentação mensal dos valores bloqueados.
Os créditos futuros caucionados continuarão bloqueados até que haja o abatimento do valor contratado pelo trabalhador. Eles estarão indisponíveis para quaisquer outras movimentações de modo que os beneficiários não poderão sacá-los.
Regulamentação da medida
O Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) foi quem sugeriu a regulamentação da medida. De acordo com o conselheiro representante do MDR, Helder Melillo, a medida é importante por permitir o acesso a famílias com menor poder aquisitivo ao crédito imobiliário.
Melillo ainda afirmou que a deliberação dá mais liberdade às famílias. É mais uma opção para a utilização do recurso, se tornando um instrumento útil para que se consiga a compra de sua moradia própria. É um direito a mais ao trabalhador brasileiro, uma forma de complementar o pagamento das parcelas do financiamento imobiliário.
Em síntese, o dinheiro que entrar na conta do FGTS do trabalhador será utilizado para ajudar a pagar uma parte das parcelas mensais do financiamento do imóvel. Ao fazer o contrato, o agente financeiro deverá informar o cliente sobre a capacidade de pagamento com o sem a utilização do FGTS Futuro.
Se o trabalhador tiver um aumento de salário e consequentemente um aumento no depósito de seu fundo, terá valor o crédito negociado anteriormente. Deve-se observar que o fundo estará bloqueado até o abatimento total do financiamento. Não será possível realizar o saque, por exemplo.