Entenda por que a inflação CAI, mas os preços continuam altos
A inflação caiu 0,36% em agosto, na comparação com julho. Esse é o menor valor para meses de agosto desde 1998, ou seja, há 24 anos que o país não tinha uma taxa tão baixa em um mês de agosto. Aliás, o recuo é o segundo consecutivo e sucede um recuo ainda maior registrado em julho, de 0,68%.
Esses dados poderiam indicar que a população está pagando mais barato pelos produtos e serviços no país. Contudo, essa não é a realidade do país, pelo menos não no geral. Isso porque as últimas quedas da inflação aconteceram por um motivo específico: a redução do ICMS sobre alguns itens.
Em resumo, uma lei complementar entrou em vigor no país em junho e passou a limitar a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os seguintes produtos e serviços:
Combustíveis;
Energia elétrica;
Gás natural;
Telecomunicações;
Transporte coletivo.
Com isso, os preços dos combustíveis e da energia elétrica caíram fortemente no país, puxando a inflação para baixo. No entanto, as demais atividades continuaram apresentando preços cada vez mais elevados.
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Entenda como é calculada a inflação no Brasil
A saber, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), pesquisado pelo IBGE, é considerado a inflação oficial do Brasil. Todos os meses, o IBGE analisa os preços de produtos e serviços de nove grupos. Veja abaixo quais são:
Alimentação e bebidas;
Artigos de residência;
Comunicação;
Despesas pessoais;
Educação;
Habitação;
Saúde e cuidados pessoais;
Transportes;
Vestuário.
Apenas dois destes nove grupos pesquisados apresentaram queda em seus preços, tanto em julho quanto em agosto. Estes recuos foram fortes o suficiente para puxar o IPCA para o campo negativo. Entretanto, as reduções mais expressivas vieram da gasolina, e isso afetou principalmente as famílias de renda mais alta, que possuem carros.
Assim, as famílias de renda mais baixa não conseguiram aproveitar tanto assim o recuo da inflação no país. Além disso, a energia elétrica tende a vir mais baixa para estas famílias, pois muitas delas são inscritas na Tarifa Social e, por isso, pagam tarifas menores que a maioria da população.
Em outras palavras, a redução da inflação não reflete a queda generalizada dos preços no Brasil. A torcida é que os próximos dados do IPCA tragam mais taxas negativas, mas de uma maneira mais abrangente, e não somente restrita a poucos grupos de bens e serviços pesquisados.
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