Combustíveis derrubam inflação, mas alimentos ficam mais caros
A inflação no Brasil caiu pelo segundo mês consecutivo. De acordo com o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação do país, caiu 0,36% em agosto. No mês anterior, o recuo foi ainda maior, de 0,68%.
No entanto, estas quedas na taxa da inflação não parecem se refletir nos preços dos alimentos nos supermercado. Na verdade, os brasileiros continuam tendo que gastar bem mais que gostariam para adquirir alimentos no país.
Em resumo, inflação representa o aumento contínuo e generalizado dos preços de bens e serviços. Assim, muita gente pode pensar que a queda da taxa inflacionária em julho e agosto reduziu os preços dos alimentos no país. Contudo, não foi bem isso o que aconteceu.
Na verdade, as taxas negativas da inflação nos últimos meses só aconteceram devido à queda dos preços de alguns itens específicos. A saber, a limitação da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica derrubou os preços destes itens, especificamente.
Em outras palavras, apenas dois dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram preços mais baixos nos últimos meses. Os demais grupos continuaram apresentando alta, ou seja, os itens seguiram mais caros no país.
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Combustíveis mais baratos e alimentos mais caros
Em agosto, a gasolina teve o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens pesquisados pelo IBGE, de -0,67 ponto percentual. No acumulado dos últimos 12 meses, os preços dos combustíveis acumulam queda de 7,11% no Brasil.
Por outro lado, os preços dos alimentos dispararam 13,43% no mesmo período. Portanto, as famílias de renda mais baixa, que não têm veículos e não precisam se preocupar diretamente com o preço dos combustíveis, não sentiu realmente a queda da inflação.
Esse alívio no bolso atingiu, principalmente, as pessoas de faixas de renda mais elevadas, que utilizam combustíveis com frequência. Já as famílias mais pobres, que utilizam boa parte da renda para comprar alimentos, continuaram sentindo o aperto financeiro, já que estes itens continuaram em alta no Brasil.
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