Inflação ao consumidor em julho tem menor variação desde 1994
O consumidor brasileiro conseguiu respirar um pouco mais aliviado em julho. A saber, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma queda de 1,14% no mês passado, taxa mais baixa para o indicador desde 1994. Isso quer dizer que, desde o início do Plano Real, o índice nunca havia caído tão fortemente em um mês quanto no mês passado.
Em resumo, o que motivou esse decréscimo no inflação foram as quedas nos preços da gasolina e da energia. Aliás, isso aconteceu devido à redução do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis e energia elétrica. A alíquota do ICMS também ficou limitada em relação a gás natural, telecomunicações e transporte público.
A propósito, o IPC faz parte do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), cujo levantamento é realizado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre).
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Como a queda da inflação afeta a vida do consumidor?
Em suma, a queda na inflação indica que os preços dos bens e serviços recuaram no país. Contudo, as quedas em julho não foram generalizadas, ou seja, nem todos sentiram a redução nos preços. Na verdade, apenas os consumidores de alta renda perceberam os preços mais baratos, segundo André Braz, coordenador do IPC.
“Essa taxa do IPC é a menor do Plano Real só por causa da gasolina e da energia, não é por um efeito generalizado [de queda de preços]. É confuso a gente falar de uma inflação negativa agora vendo os alimentos subindo 14,5% [resultado acumulado em doze meses até julho]”, disse Braz.
“O indivíduo mais pobre não vive essa inflação negativa, ela é para consumidores de alta renda. Primeiro, a gasolina é um bem de luxo, atende mais a classe alta. E a energia já era tributada a 18% para baixo consumo na maioria dos Estados”, explicou o coordenador.
Devido a esse cenário de reduções específicas, André Braz não considera o resultado de julho como uma deflação. Segundo ele, o aumento contínuo e generalizado de bens e serviços caracteriza a inflação. Assim, o contrário é que deverá caracterizar a deflação, mas não foi isso o que aconteceu em julho.
Por fim, Braz considera que a queda dos preços é apenas um reflexo da redução do ICMS. No entanto, a inflação continua elevada no país, com diversos produtos e serviços mais caros que antigamente. Em outras palavras, a renda da população continua bastante corroída pela inflação e pelos juros elevados no país.
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