Auxílio Brasil: Ministério diz que está preparado para mudança no calendário
Entre o final dos pagamentos do Auxílio Brasil em julho e o início dos repasses de agosto, o Governo Federal prevê um intervalo de menos de 10 dias. O prazo precisa ser suficiente para revisar os dados cadastrais dos usuários, inserir mais de 2 milhões de pessoas e iniciar as liberações com a Caixa Econômica Federal. Será que vai dar tempo?
Segundo o Ministério da Cidadania, a resposta é sim. A pasta, que é responsável pelos repasses do benefício em questão, afirma que já está pronta para realizar todo o procedimento de agosto em tempo recorde. O Governo ainda não confirmou oficialmente as novas datas, mas já adianta que o Auxílio Brasil terá mesmo um novo calendário.
Em condições normais, o programa social faz os pagamentos sempre nos 10 últimos dias úteis de cada mês. Agora em julho, por exemplo, os repasses acontecem entre os dias 18 e 29, sempre respeitando a ideia de realizar as liberações com base no final do Número de Identificação Social (NIS) de cada cidadão que faz parte do projeto.
O NIS seguirá servindo como base para os usuários, mas as datas serão alteradas. Ao invés de pagar o benefício na parte final do mês, o Governo Federal sinaliza que os repasses acontecerão sempre na primeira quinzena de cada mês neste segundo semestre. Assim, as pessoas passam a receber o dinheiro mais cedo.
O Governo argumenta que a mudança tem como objetivo atender os indivíduos que precisam pagar suas contas na parte inicial do mês. Entretanto, informações de bastidores colhidas pela imprensa dão conta de que o plano do Ministério da Cidadania é realmente se distanciar de um cenário do antigo Bolsa Família, que costumava fazer repasses também no final do mês.
Os cartões
Nesse sentido, o Governo Federal também decidiu entregar cartões novos do Auxílio Brasil para os usuários do programa. Dos mais de 18 milhões de usuários do projeto, ao menos 6 milhões já estão recebendo o novo dispositivo.
A troca estaria acontecendo por preocupações eleitorais. A avaliação dentro do Palácio do Planalto é de que é preciso acabar com a marca do antigo Bolsa Família, que na avaliação deles estaria muito mais ligado ao ex-presidente Lula (PT).
Nos últimos meses, ao menos dois grupos de parlamentares entraram com ações na Controladoria Geral da União (CGU) para tentar impedir a produção dos novos cartões. Eles argumentam que o Governo estaria gastando dinheiro para resolver questões eleitorais.
O Auxílio Brasil
O Auxílio Brasil é um programa social criado pelo Governo Federal e chancelado pelo Congresso Nacional. O novo projeto nasceu justamente para tapar o buraco deixado pelo antigo Bolsa Família que chegou ao fim em outubro de 2021.
O novo programa é maior do que o seu antecessor. Dados do Ministério da Cidadania apontam que mais de 18 milhões de usuários recebem o benefício agora, contra cerca de 14 milhões do anterior. Os valores também mudaram.
Enquanto o antigo Bolsa Família pagava uma média de R$ 189, o Auxílio Brasil paga agora um patamar mínimo de R$ 400. Vale lembrar ainda, que o Governo acabou de aprovar a PEC dos Benefícios, que fará o saldo subir para um piso mínimo de R$ 600.