Cartão de crédito: saiba como usá-lo sem cair na inadimplência
O número de endividados no Brasil vem atingindo patamares cada vez mais elevados nos últimos meses. A saber, 77,4% da população possuía dívidas em maio, taxa bem superior à registrada no mesmo mês de 2021 (68,0%). E o cartão de crédito liderava com folga o ranking do tipo de dívida que os brasileiros tinham.
Os dados foram divulgados pela Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Aliás, o levantamento também revelou que a taxa de inadimplência bateu um novo recorde no mês passado.
Em resumo, a inadimplência atingiu a marca de 28,7% em maio, patamar mais elevado desde 2010. E, como as dívidas no cartão de crédito são as mais comuns, as chances de cair na inadimplência nesse tipo de dívida são igualmente altas.
Veja abaixo algumas dicas para fugir dessa realidade.
1- Diminua o número de cartões
Segundo uma pesquisa do Serasa eCred, cerca de 47% dos consumidores tem quatro ou mais cartões de crédito. Isso acaba se tornando um grande risco, pois gastos separados passam uma sensação de dívidas com valores pequenos.
Contudo, no final do mês, ao somar a conta de todos os cartões, o valor muitas vezes supera a renda das pessoas. Muitas vezes, esse cenário empurra os brasileiros para a inadimplência, pois eles não têm como pagar todas as faturas. Por isso, o mais recomendado é reduzir o número de cartões.
2- Fique atento às datas de vencimento dos cartões
Os brasileiros também precisam se esforçar para pagar as contas em dia. O atraso das faturas, mesmo que por poucos dias, gera juros e multas na fatura seguinte. Isso não é bem visto pelo mercado e dificulta a chance de conseguir juros mais baixos e parcelamentos mais longos.
Além disso, como a taxa básica de juro da economia, a Selic, está no maior nível dos últimos cinco anos, os juros do cartão de crédito dispararam. Isso quer dizer que o consumidor terá juros bem mais altos ao atrasar o pagamento da fatura, corroendo ainda mais a renda mensal.
3- Avalie a sua condição financeira
Quem tem cartão ou pretende adquirir algum, precisa avaliar a situação financeira em que se encontra. Na verdade, as pessoas devem compreender se realmente precisam de um cartão de crédito.
Em suma, é importante saber se você possui condições para pagar mais de uma dívida. Além disso, você deve avaliar os custos envolvidos, como anuidade, por exemplo. Nesse momento de juros elevados, o mais indicado é evitar dívidas parceladas e que podem crescer com o tempo em caso de atraso.
4- Utilize os benefícios do governo
Também é importante citar os benefícios governamentais, como o 13º salário, o PIS/Pasep e o Saque Emergencial do FGTS. Esses valores podem ser utilizados para quitar dívidas com descontos especiais. Nesse caso, uma pessoa negativada pode aproveitar para limpar o nome.
5- Regra 50/30/20
Por fim, há uma regra que ajuda as pessoas a não caírem na tentação de gastar mais do que devem. Para isso, elas precisam dividir a renda líquida mensal que possuem para saber o valor que podem gastar com cartão de crédito. Em resumo, a divisão é a seguinte: 50% para gastos essenciais, 30% para gastos variáveis e 20% para reserva de emergência.
A saber, os gastos essenciais são aqueles que não podem deixar de serem pagos, envolvendo comida, aluguel e contas básicas como água e luz, por exemplo. Já os gastos variáveis se referem a lazer e ao próprio cartão de crédito.
Caso uma pessoa receba R$ 1,5 mil no mês, deverá tirar R$ 750 para os gastos essenciais, além de R$ 300 para reserva de emergência. Assim, R$ 450 poderão ser utilizados para o lazer e o pagamento do cartão de crédito. Isso mostra que as dívidas nessa modalidade não devem ser muito altas.
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