Política de preços alinhada ao exterior evita desabastecimento, afirma Petrobras

A Petrobras emitiu nesta quinta-feira (9) um comunicado defendendo a política de preços que adota desde 2016. A saber, a estatal segue os preços praticados no mercado externo, promovendo reajustes nos combustíveis quando há defasagem no país.

“A prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado é condição necessária para que o país continue sendo suprido sem riscos de desabastecimento pelos diversos agentes”, afirmou a Petrobras. Aliás, a empresa sinalizou que os combustíveis podem sofrer novos reajustes.

Em resumo, a empresa não está repassando os preços do exterior para as refinarias do país. De acordo com algumas pesquisas, tanto o diesel quanto a gasolina estão com defasagem superior a 15% no país, em relação aos preços internacionais. E isso vem acontecendo, em parte, devido à pressão que o governo federal está fazendo para que a empresa não eleve mais os valores dos combustíveis.

Bolsonaro quer congelar os preços até as eleições

A saber, o presidente Jair Bolsonaro deseja congelar os preços dos combustíveis até as eleições, que ocorrerão em outubro deste ano. No entanto, caso isso ocorra, o risco de faltar óleo diesel no mercado interno fica ainda mais elevado.

Na semana passada, a Petrobras alertou o Ministério de Minas e Energia sobre o risco de desabastecimento de diesel no país. Aliás, o governo federal vem estudando maneiras para evitar que isso aconteça, como aumentar o estoque do combustível no país e elevar a quantidade de etanol na mistura obrigatória com o diesel.

Na verdade, Bolsonaro não quer ver sua popularidade cair com os combustíveis ainda mais caros. Contudo, ambas as opções pensadas pela equipe econômica deverão promover aumento dos preços do diesel. E esse temor vem tirando o sono da base governista, que tenta evitar a todo custo novos reajustes nos combustíveis.

Entenda porque há risco de desabastecimento 

Em suma, a Petrobras vem segurando os reajustes para as refinarias, pressionada pelo governo federal, que é o principal acionista da empresa. Isso quer dizer que a estatal está comprando petróleo mais caro do exterior e vendendo mais barato no Brasil, já que está com defasagem no preço do diesel e da gasolina.

Isso acaba impactando outras importadoras de óleo diesel no país, pois elas também precisam vender mais barato para conseguir competir com a Petrobras. Entretanto, caso façam isso, ficarão no prejuízo. Por isso, as empresas estão deixando de importar diesel, e isso aumenta o risco de desabastecimento nos próximos meses.

Vale destacar que cerca de 30% do diesel consumido no país vem do exterior. Em outras palavras, caso o país fique sem receber combustível do exterior, diversas atividades econômicas deverão sofrer fortes impactos. E a Petrobras acredita que a sua política de preços é a melhor maneira de evitar esse cenário.

“Preços alinhados ao valor de mercado estimulam a produção e a concorrência no presente, assim como fomentam os investimentos que contribuirão para a expansão do volume produzido, para o alcance da qualidade exigida para os produtos, e para incremento da capacidade logística, com benefícios diretos ao consumidor”, disse a estatal em comunicado.

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