Preços dos alimentos ‘na porta de fábrica’ sobem pelo 3º mês seguido

A população brasileira já percebeu que vem pagando mais caro pelos alimentos nos últimos tempos. A cada mês que se passa, os preços de diversos itens sobem significativamente, e o consumidor tenta encontrar meios de superar a inflação. No entanto, a situação parece que não vai melhorar, pelo menos não no curto prazo.

De acordo com um levantamento divulgado na quinta-feira (2) pelo IBGE, a inflação dos alimentos variou 1,87% em abril. Em resumo, essa taxa se refere aos preços “na porta de fábrica”, ou seja, que não sofrem com impostos e frete. Isso mostra que o consumidor final sofre com produtos ainda mais caros, uma vez que há diversos fatores que encarecem os itens nos supermercados.

A saber, o avanço da inflação dos alimentos é o terceiro consecutivo. O setor acumula uma alta firme de 5,17% entre janeiro e abril, enquanto a variação nos últimos 12 meses chega a 16,23%.

Confira mais detalhes do levantamento

De acordo com Alexandre Brandão, gerente de análise e metodologia do IBGE, o que mais impulsionou a inflação dos alimentos em abril foram “leite e derivados – devido a aumento de custos e problemas na captação nas bacias leiteiras-, além do açúcar e a carne”

Por outro lado, a valorização de 4,2% do real em relação ao dólar reduziu as pressões nos preços dos alimentos importados. Contudo, isso não foi suficiente para evitar o aumento da inflação, uma vez que a redução da oferta pressionou os valores para cima no período. E esse impacto acabou mais forte que a apreciação do real no mês.

“A captação do leite nas bacias leiteiras tem estado baixa e, ao mesmo tempo, os custos têm aumentado, o que pressiona os preços do leite esterilizado. Já os preços do açúcar e da carne de frango, a despeito da apreciação do real, têm aumentado pela pressão de demanda do mercado internacional”, explicou o IBGE.

A saber, o setor de alimentos é o de maior contribuição no cálculo do Índice de Preços ao Produto, que variou 1,94% em abril. Em suma, o setor responde por 23,90% da variação do índice, segundo o IBGE.

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