Governo avalia desistir de reajuste de 5% para servidores, diz imprensa
Depois de sinalizar que poderia pagar um reajuste salarial de 5% para todos os servidores, o Governo Federal avalia a possibilidade de desistir da ideia. Segundo informações que circulam por veículos de imprensa, membros do Palácio do Planalto acreditam que o aumento para todas as categorias poderia ser ruim para a economia agora.
O passo atrás ainda não foi oficialmente confirmado, mas segundo informações da emissora CNN Brasil, o Planalto avalia duas possibilidades neste momento. A primeira delas pagar o reajuste apenas para os policiais federais. Dessa forma, os servidores da área de segurança poderiam ganhar um aumento maior do que os 5% previstos inicialmente.
A outra opção seria aumentar apenas o valor do vale-alimentação para todos os trabalhadores da área federal. Dessa forma os ganhos em dinheiro também aumentariam para todo mundo. De qualquer forma, neste caso os pagamentos só atenderiam os servidores da ativa, afinal de contas, são eles que recebem o vale mensalmente.
Nenhuma das duas propostas em análise agrada parte significativa dos servidores federais. Vale lembrar que os trabalhadores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) realizaram uma greve que durou quase dois meses. Eles só voltaram ao trabalho depois da garantia de aumento de 5% nos salários sinalizado pelo Planalto em reunião.
Ainda segundo informações divulgadas pela CNN, a segunda medida em análise têm mais chances de ser aceita e colocada em prática. Embora ela gere um aumento menor para todos os servidores, o fato é que ele poderia evitar que as categorias voltassem para uma greve neste momento. Novas reuniões sobre o assunto serão realizadas nesta semana.
“Culpa dos colegas”
Em declaração dada na última segunda-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou a situação do reajuste para os servidores. Na ocasião, ele sinalizou que não poderá pagar o aumento prometido para os policiais federais.
“E digo a vocês publicamente, PRF (servidores da Polícia Rodoviária Federal): o grande problema não é o nosso lado, são colegas, outros servidores, que não admitem reestruturar vocês sem dar aumento até abusivos por outro lado”, disse o presidente.
Ele também criticou o teto de gastos públicos. “Pessoal da PRF, somos o primeiro governo que tem teto de gasto. Eu não posso dar um aumento para a PRF, para a PF, pra Receita, pra quem quer que seja, sem exigir uma dotação orçamentária para tal. Nós somos escravos da lei, não vamos buscar alternativas, subterfúgios, e incorrer em crime de responsabilidade para atender quem quer que seja”, completou.
Pedidos de reajuste
No final do ano passado, o presidente sinalizou que pagaria um reajuste salarial apenas para os agentes de segurança. A sinalização gerou revolta de parte dos servidores de outras áreas. Eles também passaram a pedir pelo aumento salarial.
Categorias como a dos servidores do INSS decidiram realizar uma greve. Eles pediam um reajuste salarial igual para todos os trabalhadores da área. Além disso, eles também pediram melhorias nas condições de trabalho e a realização de novos concursos públicos.
Outras categorias seguem em greve até agora. É o caso dos servidores do Tesouro Nacional e do Banco Central (BC). Estes últimos realizaram uma reunião nesta terça-feira (31) e decidiram que manterão a paralisação por tempo indeterminado.