Petróleo dispara com possível boicote da Europa à Rússia

A cotação internacional do petróleo parece uma verdadeira gangorra. Há diversos fatores que influenciam o preço do barril, mas os últimos meses estão sendo marcados pela forte variação das cotações. A saber, há semanas em que o petróleo tem variação de mais de 10%, taxa bastante elevada para o mercado.

Desde a invasão da Rússia à Ucrânia que o mercado do petróleo não tem paz. O preço do barril chegou a disparar mais de 30% em cerca de duas semanas. No ano, o acumulado superava os 60%. Contudo, os ganhos perderam força e caíram para pouco mais de 30% em 2022.

Seja como for, o risco de boicote da União Europeia (UE) fez o petróleo disparar nesta quarta-feira (4). Em resumo, o barril Brent, que é a referência mundial, saltou 4,92% e fechou o pregão cotado a US$ 110,14 na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Com isso, o barril elevou os ganhos em 2022 para 38,85%.

Já o barril de petróleo West Texas Intermediate (WTI), referência norte-americana, subiu 5,27% na sessão, para US$ 107,81 na Bolsa de Mercadorias de Nova York (Nymex). Nesse caso, o WTI agora acumula alta de 40,03%.

Boicote da UE à Rússia pode afetar oferta global de petróleo

Em suma, o mercado ficou mais pessimista com o plano da UE em para de importar petróleo russo em até seis meses. Na verdade, os preços do petróleo reagiram justamente a isso, uma vez que a Rússia é um dos maiores exportadores globais de petróleo e produtos refinados aos países europeus.

As sanções adotadas pela Europa se multiplicam e ficam cada vez mais rigorosas. Além do embargo às importações de petróleo, a UE ainda pretende excluir mais bancos russos do sistema Swift. A saber, o Swift é um sistema de transferência internacional padronizado que permite que bancos e empresas recebam e enviem dinheiro externo.

Os países europeus ainda querem banir três canais estatais russos de comunicação. Assim, eles não poderão distribuir conteúdo na Europa via internet, cabo, satélite ou aplicativos.

De acordo com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estes canais são “porta-vozes das mentiras e propaganda de Putin”.

Por fim, os investidores do mercado de petróleo estão atentos à Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+). Muitos esperam que a entidade eleve a oferta de petróleo, uma vez que a Rússia não poderá mais exportar a commodity para a Europa em poucos meses.

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